Plano Tecnológico, Simplex, protocolo com o M.I.T, protocolo com a Microsoft... tudo para colocar Portugal na via da inovação.
O desígnio do país associa-se definitivamente ao conceito Inovação nos próximos anos.
Contudo, no blog dedicado à inovação e Inclusão, parece-me oportuno analisar o conceito e tentar alargar o espectro sobre o que parece ser a missão de uns quantos iluminados.
Incomoda-me que seja constantemente associado o conceito de inovação às novas tecnologias, electrónica, sistemas de informação... Significaria que as pessoas sem domínio das ciências informáticas, bioengenharias, micro-nano-tecnologias e outras ciências binárias, estariam afastados desta prioridade nacional.
Deixo portanto uma questão:
Num período em que se privilegia a inovação, há lugar para pessoas que não sejam peritos em microinformática, desenvolvimento de software,etc..., inovar?
Para além de info-exclusão, corremos o risco de "inov-exclusão", quando na realidade se nos colocam desafios em todos os sectores. É possível inovar em gestão? em comunicação? e no artesanato? agricultura? turismo? ensino?
Mais do que na forma e nos métodos, devemos também pensar e repensar conteúdos. Inovar na acepção de introduzir mais valia como forma de nos tornarmos mais competitivos.
Inovar com tradição?
É preciso lembrar que há um país distante dos pólos de investigação e dos centros tecnológicos. Gostaria portanto de ver a ruralidade inserida nos meandros da inovação. São extraordinários os desafios que se nos colocam. Para além da necessidade de estar na vanguarda dos progressos na ciência e tecnologias, temos o dever de confrontar inovação com um Portugal rural. Contradição? Na verdade, trata-se transformar inovação numa tradição, compromisso de uma geração para atenuar assimetrias interior/litoral.
5 comments:
A tua aparição tardou mas valeu a pena esperar!
Estaremos nós a criar como dizes a inov-exclusão?
Vamos discutir essa temática.
Um abraço
No actual momento de satisfação da assinatura dos programas com o MIT esta questão da inov-exclusão é bem colocada.
O programa MIT-Portugal contempla 2 vertentes principais: a engenharia e a gestão.
Relativamente à exgenharia o programa contempla parcerias com algumas das melhores universidades e institutos de investigação desta área.
E destaco o algumas pois as Universidades de Aveiro e da Beira Interior ficaram de fora... Não tem Aveiro um forte, senão o mais forte, cluster de empresas na área das telecomunicações liderado pela PT Inovação? Não tem a UBI um reconhecido curso de Aeronáutica? Podia continuar com outras universidades... mas não compreendo os critérios das escolhas!
O que me deixou mais surpreendido é que a vertente da gestão ficou apenas e só em Lisboa... Gerida pela Universidade Católica e incluindo o ISEG e a Nova!
Resumindo... o que podia ter sido uma excelente oportunidade de potenciar o conhecimento produzido no país acabou por beneficiar os mesmos do costume...
Nao poderia estar mais de acordo com o meu amigo, inovacao inclui (ou deveria incluir) todas as areas e nao unicamente, as as areas tecnologicas.
Como bem disse, eu tambem desconfio muito, das supostas mentes iluminadas e tambem creio que na area da inovacao, nunca se deveria excluir a tradicao e culturas rurais, pois sao elas que nos diferenciam da enorme global aldeia, que se esta a transformar esta Europa e o resto do mundo.
Um abraco fornense.
Bem vinda a este blog, Manuela
Um beijo
Bem vinda a este blog, Manuela
Um beijo
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