As "cidades do futuro" pretendem ser verdes, sustentáveis, inteligentes e low cost. Isto já existe. Chama-se "Campo". Frederico Lucas

Friday, November 26, 2021

O Regresso da Indústria*


Durante várias décadas, Portugal acreditou que o desenvolvimento da Economia dependia de quadros altamente qualificados e menos de uma estratégia de formação comercial e industrial, que decompôs após o período revolucionário.

Resulta dessa estratégia um incremento elevado de estudantes no ensino superior, em detrimento do ensino profissional.
Todos os estudantes que não se reviam no modelo do ensino superior, foram atirados durante décadas para profissões administrativas, trabalhos manuais e repetitivos.

O nr de patentes é internacionalmente reconhecido como o melhor indicador de inovação de um país.
Na União Europeia é criada anualmente e em média uma patente por cada 6 128 habitantes.
Em Portugal, durante o ano de 2020, foi criada uma patente por cada 36 764 habitantes, apesar de uma melhoria de 23% sobre o ano anterior.

Se a industria está maioritariamente concentrada na China, que compete de forma desigual com os restantes países, a atual disputa na autoria dos produtos: Made in versus Design in.

Para ultrapassar a letargia económica, Portugal precisa de criar contexto para o desenvolvimento de novos produtos e serviços centrados nas necessidades atuais e futuras do mercado.

O atual contexto pandémico mostrou ao mundo as suas fragilidades, em especial os riscos de contaminação em elevados aglomerados populacionais.
Estes novos riscos juntam-se a outros bem conhecidos como a poluição atmosférica e sonora, cujas consequências são amplamente conhecidas.

O nomadismo regressou em força com as novas gerações, e existe uma ausência generalizada de soluções para este novo segmento, que desenvolve individualmente as respostas para as suas necessidades.
Quando uma organização com a dimensão do IKEA identifica essa lacuna e responde com uma solução, existe uma evidência sobre o novo contexto que se aproxima.

Portugal tem todas as condições para ser um centro de incubação e desenvolvimento deste novo modo de vida: hajam politicas e empreendedores capazes de escrever soluções para este novo futuro.

* Regresso da Indústria é um programa da Rádio Observador que inspirou o presente texto, imagem da nova casa transportável do IKEA

Friday, April 30, 2021

e-Villages

Portugal tem um milhão de imóveis em estado de ruina, muitos deles nas aldeias.

A emigração e a revolução industrial foram o mote para o despovoamento, promovendo a ascensão social da população rural.

Passaram seis décadas, e a realidade mostra-nos hoje que uma parte significativa da população empregada em meio urbano vive no limiar de pobreza.
Perante isto, os jovens que procuram local para residir, evitam os elevados custos com habitação nas cidades e optam por soluções à sua medida: periferia das cidades; casas e quintinhas em meio rural; autocaravanas.


Mas existe um problema cuja solução parece mais complexa: apesar de abandonadas, as ruinas em meio rural não estão à venda.
Por ser herança, os proprietários não pretendem alienar essas ruinas, e os interessados ficariam sem oportunidade de viver nessas aldeias, participando assim no seu processo de repovoamento.
A solução que tem sido encontrada é o contrato de Comodato, que permite ao comodatário recuperar e habitar o imóvel e ao comodante manter a propriedade sem custos de recuperação e manutenção.
E este parece ser o caminho mais óbvio para o processo de repovoamento.

Porque pretendem os jovens viver nas aldeias despovoadas?

Uma parte significativa dos nossos jovens está atenta às alterações climáticas e procura estilos de vida longe da poluição citadina.
E para esses jovens, consequência das alterações aos modelos de trabalho, fazem-no a partir de qualquer lugar, desde que tenham acesso à internet.
E por isso, um país com uma das maiores taxas de cobertura de internet, com sol durante todo o ano, afirma-se como um atrativo para essa geração.

E as aldeias, estarão preparadas para receber novos residentes?

Em Aldeia, uma aldeia de Cinfães, a população não acreditava que aqueles jovens estudantes da Universidade do Porto que visitavam há um ano aquele lugar cumprissem a sua promessa de ali viver.
E assim aconteceu: quatro jovens instalaram-se nessa aldeia, na casa dos familiares de um colega de universidade.
Estão a desenvolver o projecto “Casa da Abóbora”, que engloba permacultura, turismo meditativo e residências artisticas.
É um novo recomeço para quem chega, e um alento para a aldeia.

Na Madeira, e com o apoio da Secretaria Regional da Economia, criaram um espaço para “Nómadas Digitais” na vila da Ponta do Sol.
São esperados muitos “trabalhadores remotos”, pessoas e casais que trabalham online.

O movimento já começou. Cabe a cada freguesia, a cada lugar anunciar o seu interesse para acolher novos residentes para que isso possa acontecer.

Depois do e-mail, que revolucionou a forma como comunicamos, as e-villages vão revolucionar a forma como vivemos.


Frederico Lucas, coordenador do Programa Novos Povoadores

info@novospovoadores.pt

Wednesday, January 13, 2021

Linha do Turismo de Portugal reforçada em 300M euros




Em 2021, o Turismo de Portugal, em parceria com o sistema bancário, renova e reforça em 300 milhões de euros a Linha de Apoio à Qualificação da Oferta, um instrumento financeiro para apoio às empresas do setor do turismo.

Este valor é destinado ao financiamento a médio e longo prazo de projetos turísticos que se traduzam:
- requalificação e reposicionamento de empreendimentos, estabelecimentos e atividades, ou
- criação de empreendimentos, estabelecimentos e atividades implementados nos territórios de baixa densidade, ou
- empreendedorismo.

Para mais informações, contacte através do e-mail info@trilhosdoconhecimento.pt ou +351 271 817 000

Fotografia: Cabin ANNA, designed by Caspar Schols