As "cidades do futuro" pretendem ser verdes, sustentáveis, inteligentes e low cost. Isto já existe. Chama-se "Campo". Frederico Lucas

Tuesday, October 23, 2012

Unidade de Missão Local



"Quando o Lehmans Brothers  faliu, era dono de um banco no Norte da Alemanha, que detinha uma sociedade financeira na Baviera que tinha comprado uma correctora em Turim que controlava uma sociedade francesa, que adquiriu o capital de uma sociedade madrilena que comprou uma fábrica de texteis em Vila do Conde, ...e o meu cunhado foi despedido na semana passada.

É injusto porque ele fazia muito bem os casacos.
Solução: Comprar o Lehmans Brothers!"


Este trecho humorístico de José Pedro Cobra revela a capacidade dos portugueses de complicarem o problema até ao momento em que a solução se torna impossível.

São conhecidas em Portugal as áreas que atravessam as maiores dificuldades: Indústrias de mão de obra intensiva e sector público.

Sabemos que estes sectores vão desafectar mão de obra.
Será confortável para cada um dos leitores que a responsabilidade da solução seja do Governo. Liberta-nos para focarmos no problema.

Não é credível que o AICEP consiga captar 308 novas "fábricas", com a capacidade de empregarem 600.000 trabalhadores.

Isto significa que qualquer solução para o desemprego passará pelos recursos locais: Municipios; Escolas; Empresas

Torna-se por isso urgente que as entidades locais assumam as rédeas da solução.
Em conjunto, estas entidades saberão identificar soluções locais para a melhoria da competitividade económica e social.

Reclamar ao Governo uma solução, significa estar disponível para ser figurante. E não ator.


Texto de Frederico Lucas com Alexandre Ferraz.

Saturday, October 20, 2012

Redesenhar o Futuro (*)



Faltam 10 dias para o fim do mês.

Os trabalhadores suspiram por essa data. Os empresários entram em ansiedade, porque sabem que sem vendas não há cobranças e sem estas não haverá dinheiro para salários.

Todos sentem a crise. Por si, ou por alguém muito perto.
Todos sabem que o jogo entrou em "ciclo vicioso". Os custos aproximam-se a grande velocidade das receitas.

Mas o Ser Humano não veio à terra para se enredar na economia. E ainda menos para ser escravo dela.

Dizem os anciãos que na passagem pela terra, o Homem tem três missões: Plantar uma Árvore; Ter um Filho; Escrever um Livro

Muitos portugueses vivem a experiência da paternidade. Outros tantos alimentam blogues com relatos da sua aprendizagem.
E a árvore?!

O regresso ao campo é a concretização dessa missão: Cuidar de um pedaço de terra. Torná-la fértil.

O mundo pode estar louco. As cidades podem estar loucas. Mas o campo não está louco. E espera pela atenção e cuidado de todos.

Está na hora?

(*) Redesenhar o Futuro é o título das apresentações a cargo do Programa de Repovoamento Rural Novos Povoadores

Wednesday, October 10, 2012

Vida sem Máscara!


Pessoas com vidas interessantes não têm fricote. Elas trocam de cidade. Sentem-se em casa em qualquer lugar. Investem em projetos sem garantia. Interessam-se por gente que é o oposto delas. Pedem demissão sem ter outro emprego em vista. Aceitam um convite para fazer o que nunca fizeram. Estão dispostas a mudar de cor preferida, de prato predileto. Começam do zero inúmeras vezes. Não se assustam com a passagem do tempo. Sobem no palco, tosam o cabelo, fazem loucuras por amor e compram passagens só de ida.

Martha Medeiros

Friday, October 05, 2012

A explicação da Dívida em português suave




Explicar a economia portuguesa em poucos parágrafos é perigoso e necessariamente imperfeito.


Portugal tem no seu ADN um apetite especial para viver de recursos alheios.

Desde a Rota das Índias aos Fundos Estruturais, tudo serve para viver desafogadamente com o produto do trabalho alheio.

Quando os Fundos Estruturais entraram em declínio, um novo milagre ocorreu com o nascimento da moeda europeia: empréstimos externos a uma taxa tendencialmente nula.

O sector da construção percebeu muito cedo o novo milagre: entre as PPPs e o imobiliário, o foguetório parecia não ter fim.

Ao contrário daquilo que deveria acontecer, a regulação ficou a dormir.
Era um negócio que interessava a todos: banca, governo (criação e postos de trabalho), autarquias (beneficiárias das SISAs e não só).

Neste contexto, com a banca a emprestar a empresas de construção com garantia pública e a controlar simultaneamente a valorização imobiliária, o Mundo da Barbie estava montado. E nem o Ken faltou à encenação.

Em desgraça caíram todos os outros sectores da economia que não beneficiam de garantias públicas de crédito.

Lamentavelmente, entre estes estão os sectores que produzem riqueza. E sem capital, não ocorre a produção de "transaccionáveis", passíveis de exportação.

Sem exportações, a dívida cresce. E continuará a crescer até que cada um de nós compreenda que esse tem de ser o desígnio de uma economia sobre-endividada.

E assim chegamos à desgraça, consequência de políticas erradas de desenvolvimento.
A mudança é dura, mas necessária.
O reino da construção e das empresas públicas chegou ao fim.

Precisamos de dar novos mundos…a Portugal!


in Re-Visto