As "cidades do futuro" pretendem ser verdes, sustentáveis, inteligentes e low cost. Isto já existe. Chama-se "Campo". Frederico Lucas

Thursday, November 30, 2006

Televisão perde para a internet

A disseminação do acesso à internet através de ligações de banda larga está a provocar uma queda nas audiências de televisão, relata um estudo do Ofcom, a entidade fiscalizadora das telecomunicações no Reino Unido, levado a cabo em 11 países.

O estudo revela que, em média, cerca de um terço dos cibernautas com acesso banda larga de internet vêem menos televisão, desde que começaram a navegar na internet. O número de telespectadores que troca a televisão pela internet é cada vez maior, aliciados pela quantidade de serviços oferecidos pela web, como serviços de mensagens instantâneas, como por exemplo o MSN, blogues, sites de redes sociais e com conteúdos gerados pelos próprios cibernautas, como o YouTube. E este fenómeno não atinge apenas os mais jovens, já se começa a fazer sentir em classes etárias mais elevadas.

A pesquisa, realizada em 11 países, inquiriu mil pessoas em cada país. Na Holanda, Suécia e Japão situam-se os índices mais elevados de penetração da banda larga, 58, 45 e 44 por cento, respectivamente. A China apresenta a percentagem mais elevada, a nível mundial, de cibernautas que assistem a vídeos de música e programas de televisão através do acesso rápido à internet.

Os resultados do estudo desvendam que 76 por cento dos utilizadores de banda larga na China vêem videoclips via download ou streaming, enquanto a percentagem dos que vêem televisão através de ligações de banda larga atinge os 70 por cento.

No que respeita o mercado publicitário, o relatório mostra que os anunciantes estão a reconhecer rapidamente a enorme procura de conteúdos online e que a publicidade na internet atrai quase 10 por cento dos investimentos em publicidade no Reino Unido.
De salientar que o estudo conclui que a audiência de emissoras de rádio tem vindo a aumentar através dos acessos à web.


in SOL

Tradição e Inovação Alimentar

A obra Maria-Manuel Valagão (Org.) Tradição e Inovação Alimentar – dos recursos silvestres aos itinerários turísticos será apresentado no âmbito das actividades do CETRAD, a 18 de Dezembro pelas 17h, no Auditório da Biblioteca Central da UTAD, Quinta de Prados

O livro referido resultou de um Projecto PO AGRO DE&D intitulado “Inovar e valorizar as tradições alimentares enquanto precursoras da conservação da natureza e do desenvolvimento local em Alcácer do Sal”. Foi escrita por 10 autores e é composto por 7 capítulos, que tratam de sabores, plantas silvestres, itinerários turisticos em torno do ambiente, do património e da gastronomia. A obra foi apresentada em Lisboa, a 27 de Nov., no Clube de Jornalistas.

Monday, November 27, 2006

Sunday, November 19, 2006

Why?!


Deixei de viver em Lisboa há mais de um ano e, na última viagem, verifiquei algo que presentia:
- Os cafés, outrora cheios de gente, permanecem vazios o dia inteiro;
- Os centros comerciais, outrora cheios de clientes, hoje cheios de visitantes (verifica-se pelos sacos das lojas que os acompanham, ou não)
- Numa papelaria, onde entrei para comprar umas folhas de papel vegetal, fui alertado 2 vezes sobre o custo unitário das mesmas, que era de 80 cêntimos
- Os meus amigos, da geração dos trinta, queixam-se que não ganham o suficiente para sobreviver (800-1000 euros/mês), os outros, da geração dos 50-60 queixam-se que têm que subsidiar os filhos a meio dos meses

Porque motivo insistem as pessoas em viver em Lisboa?
Sabem o que é teletrabalho? E telecentros?

O país está todo em crise. Mas uma coisa posso garantir: O interior desconhece esse tipo de pobreza. Tal como desconhece arrendamentos habitacionais superiores a 350 euros ou infantários superiores a 120 euros.

Thursday, November 16, 2006

As Cidades e a Inovação


É esta difusão em rede da "inovação" que se pode dinamizar com o projecto da "Capital Europeia da Inovação", reconhecendo que quando se fala de "inovação" está a falar-se de "organizar" objectivamente o processo da "inovação" criando as infra-estruturas necessárias e as redes relacionais adequadas à consolidação duma "pulsão" inovadora através da Europa.

Estamos a falar de uma convergência entre o processo político – a gestão da cidade e das suas áreas de influência – e o processo económico – o reforço das condições de competitividade da região e das empresas nela localizadas.

Artigo interessante que confronta o actual modelo de desenvolvimento com a Estratégia de Lisboa.

Mais uma síntese de conceitos!

Monday, November 13, 2006

Desenvolve, desenvolve!

Onde encontro informação detalhada sobre Desenvolvimento Regional? Um sítio (www) que me explique de forma objectiva a estratégia dos próximos 5-10 anos a nível nacional e regional. Disponibilizar informação pertinente que permita situar futuros investidores em matéria de recursos e projectos de desenvolvimento numa escala regional.
Falo do acesso a um instrumento de planeamento na qual seja possível perceber, por exemplo, que no Baixo-Alentejo privilegia-se o aproveitamento dos recursos naturais associados à produção de energias alternativas, e que no Litoral Alentejano dar-se-á mais ênfase ao aproveitamento turístico nas áreas protegidas. E podemos (devemos) aprofundar a análise: disponibilizar uma matriz de recursos, competências, potencialidades, tudo devidamente contextualizado em suporte de informação geográfica.

A tendência para que os municípios se definem em matéria de desenvolvimento regional ganha pouca consitência na medida em que se persiste em desenhar estratégias “concelho-cêntricas”.
Se na faixa poente ao eixo Braga-Faro, o tecido empresarial tem dinâmica suficiente para imprimir um ritmo de desenvolvimento e crescimento satisfatório, temos o reverso da medalha virado para nascente, em que tudo depende da administração local. É neste cenário que a missão dos autarcas do interior pressupõe um grau de exigência acrescido. Independentemente das competências de gestão autárquica, o interior do país necessita urgentemente de políticos com visão, arrojo, irreverência.
Na verdade, quem sou eu para saber daquilo que o país necessita? Ok, então sou eu que preciso de políticos mais inspirados, mais carismáticos… uma geração de políticos Mais!

Parêntese à parte, voltando àquilo que poderia ser o Portal do investidor, ou plataforma virtual de Desenvolvimento Regional, gostaria de ver uma iniciativa semelhante partir precisamente das regiões “deprimidas”. Existem aliás exemplos de posicionamento interessantes aos quais interessa dar eco. Alguns municípios trilham novos caminhos na esfera do desenvolvimento. Agregar iniciativas e articulá-las em prol de uma estratégia regional é um mecanismo de projecção que não podemos ignorar.

Se isto não representa uma oportunidade de negócio em si, poderá pelo menos perfilar-se como uma oportunidade de desenvolvimento.

Friday, November 10, 2006

A Arte de Inovar

Guy Kawasaki é um idiota da comunicação. Faz interpretações inteligentes num blog que merece a nossa visita.
Este The Art of Innovation! pode ser um bom contributo para a nossa discussão em Inovação & Inclusão!

Enjoy!

Sunday, November 05, 2006

Porto perguntas sem resposta?

Elisa, Ferreira, Eurodeputada

Penso não fazer nenhuma revelação especial se disser que gosto muito da minha terra, o Porto, e que tenho imenso orgulho nela. No entanto, tal como acontece frequentemente com os filhos ou com os que nos são muito próximos, a excessiva aproximação reduz-nos por vezes a capacidade de ver as situações em perspectiva; nesses momentos, as opiniões ou reacções de "forasteiros", sejam eles nacionais ou estrangeiros, tornam-se um instrumento insubstituível de auto-conhecimento. Foi o que ocorreu comigo, há dias, ao participar numa reunião que levou à cidade do Porto um número interessante de portugueses cultos e bem informados; são precisamente algumas questões e perplexidades vindas dessas pessoas que fundamentam os comentários seguintes.

Uma primeira consideração, partilhada por quase todos, dizia respeito à qualidade das instalações do novo Aeroporto do Porto. Curiosamente, vivendo maioritariamente em Lisboa, muitos daqueles cidadãos começavam por desconhecer uma das melhores infra-estruturas nacionais. Logo depois veio a nota que já se tornou corrente tal como uma "bela adormecida", o novo aeroporto - limpo, arejado e moderno - exibe amplos corredores vazios, onde os passos e o rolar dos "trolleys" ecoam; e, verdade seja dita, o contraste é mais flagrante quando se tornam cada dia mais desagradáveis os atrasos frequentes e o ar superlotado, pouco cuidado e visual e fisicamente poluído do aeroporto da capital.

Daqueles atentos e activos cidadãos choveram diversas perguntas para as quais não tive resposta e que aqui quero partilhar. Por que é que o tráfego que sobrecarrega o actual aeroporto de Lisboa não é repartido com o Porto de forma a optimizar as duas infra-estruturas? Por que é que o aeroporto do Porto não se especializa em atrair as companhias "low-cost"? Por que é que, sendo o aeroporto do Porto muito mais qualificado que o de Vigo, há aparentemente mais portugueses a apanhar voos internacionais na Galiza do que galegos a fazer o inverso? Que estratégia de promoção do aeroporto do Porto está a ANA a seguir? Não seria recomendável uma autonomia relativa na gestão do aeroporto do Porto, à semelhança do reconhecido sucesso da gestão do porto de Leixões, para que algumas destas ineficiências encontrassem solução? Como irão os processos de privatização previstos influenciar a gestão desta magnífica infraestrutura?

Tantas perguntas rapidamente deram lugar a outras, mais prospectivas. Havendo já sobrecapacidade instalada, continua a justificar-se o novo aeroporto da Ota? E tendo o aeroporto do Porto interface com o metro, o aumento da velocidade ferroviária da ligação Porto-Lisboa e Porto-Vigo não obrigará a rever todo este quadro? Será que a anunciada antecipação da ligação a Vigo acabará por reforçar a atractividade do Porto em relação à Galiza ou será o contrário que vai ocorrer?

De novo, não fui capaz de responder, tal como não sou capaz de entender os valores a que se chegou nos cálculos que inicialmente justificaram que a penalização das SCUT ocorresse só no Norte; como confesso que também não sou capaz de dizer quais os novos projectos estruturantes que, no âmbito da nova fase de apoio da União Europeia, vão ajudar o Norte a sair do seu marasmo e a dar conteúdo à Estratégia de Lisboa na cidade e na região; como igualmente não sou capaz de saber o que será a Administração Pública quando o PRACE estiver implementado e que nível hierárquico terá ela na cidade e na Região…

A verdade, porém, é que temos de ter respostas, como sociedade, para estas e outras questões. Porque, mesmo que pessoalmente possa tentar obtê-las de forma parcelar e individual, em democracia as respostas e as estratégias, as decisões e a respectiva razão de ser têm de ser claras e de fazer sentido aos olhos dos cidadãos em geral.

É também verdade que, como diz o povo, "quem não aparece, esquece". O Porto e a região que naturalmente lidera, o Norte, apresentam um dos maiores índices de desemprego nacional e a tendência mais marcada de declínio a nível nacional, tal sendo uma das infelizes causas para a maior fatia de apoio comunitário que o país vai continuar a receber. Ora, uma região pobre de um país pobre não pode ser laxista nem tímida na defesa dos seus interesses nem, muito menos, dar-se ao luxo de gerir ou deixar gerir mal aquilo que tem de bom. As respostas existem e podem mesmo ser negociadas, desde que as perguntas surjam colocadas de forma clara por quem para tal tem legitimidade ou, mais do que isso, o dever de o fazer...

Elisa Ferreira escreve no JN, semanalmente, aos domingos