As "cidades do futuro" pretendem ser verdes, sustentáveis, inteligentes e low cost. Isto já existe. Chama-se "Campo". Frederico Lucas

Thursday, December 15, 2022

"Os séniores podem ser os investidores de risco das novas ideias."

Deb During Brown esteve em Lisboa a convite do Programa Novos Povoadores, para participar num Think Tank no NOW_Beato.
Quisemos saber o estado da arte do repovoamento "rural" nos Estados Unidos, por uma das maiores ativistas.


Como nasceu o projeto Saveyour.town?
Na verdade é um negócio! Trabalhamos com comunidades rurais para ensiná-los passos práticos para um futuro melhor. Becky McCray e eu somos pessoas da zona rural e trabalhamos em áreas rurais e pequenas cidades. Unimos forças em 2015.

O que faz exatamente o vosso projeto?
Temos várias formas de ajudar as pessoas. Temos um boletim informativo gratuito (www.saveyour.town/subscribe), vídeos todos os meses que enfocam os desafios rurais, falar em público em conferências e eventos e visitas locais.
SaveYour.Town fornece etapas práticas para ajudá-lo a moldar um futuro melhor para sua vila ou comunidade rural, não importa quão pequena seja.

Somos especialistas em soluções de baixo custo, aquelas que funcionarão até mesmo nas comunidades rurais. Promovemos a recuperação de edifícios vazios, Desenvolvimento Económico de áreas industriais e ideias de baixo-custo para a criação de espaços comerciais no centro das Vilas, através de vídeos curtos, cursos mais longos e conjuntos de ferramentas.

Para ações presenciais, eu e a Becky McCray oferecemos palestras, workshops e visitas de ação aprofundadas.

Como a tecnologia pode melhorar as nossas comunidades rurais?
Agora podemos comunicar com as comunidades rurais com mais facilidade graças à tecnologia. As pessoas querem visitar e migrar para as vilas! A maneira como elas as descobrem é por meio de recursos on-line. Ao usar a tecnologia, as empresas rurais podem promover seus negócios fora de suas comunidades e permanecer conectadas com seus clientes.

Poderá o planeamento e o investimento em estruturas de apoio social resolver grande parte dos problemas destas comunidades despovoadas?
Essa é uma pergunta difícil sem uma resposta rápida. O que tenho certeza é que, se a comunidade está disposta e quer ser salva, o planeamento e o investimento em estruturas de apoio social são vitais. Nós olhamos para o planeamento um pouco diferente: queremos que TODOS os que queiram envolver-se e tenham ideias, sejam convidados para a mesa. Não criamos planos de longo prazo (que acabam na prateleira). Planeamos conforme avançamos. Experimente todas as ideias, veja o que funciona.

Como é que num mundo globalizado se aposta no local, acessível e sustentável?
Como é que alguém não aposta no local, acessíveis e sustentáveis? Somos administradores dos nossos lugares e acreditamos que a acessibilidade, os serviços locais e a sustentabilidade ajudarão a manter nosso planeta vivo.

Como atrai os jovens para esses locais?
Não tenha medo de deixá-los experimentar suas ideias. Dê-lhes o poder de tomar decisões. Coloque-os no comando. O que eles querem? Escute-os. Encontre uma maneira de realizá-lo.

E que papel têm os anciãos?
Todos nós estamos presos nesse espaço entre o ontem e o amanhã. Ganhamos nossa experiência nas velhas formas de fazer as coisas, mas essas formas não estão a funcionar como no passado.

Alguns têm medo do futuro, esse medo do desconhecido e, claro, do risco de fracasso. No entanto, para prosperar, todos precisamos olhar para o futuro. Os menos jovens podem ser os investidores de risco das novas ideias.

Vamos até eles para conhecer suas ligações, as pessoas que eles conhecem e que podem ajudar. Reconheça-os e respeite o que eles trazer para a mesa. E os anciãos precisam de estar mais abertos, para permitir que todos participem.

Pode dar-nos exemplos concretos do que seu projeto já alcançou?
Sim! Adoramos contar histórias de ideias e projetos que estão a funcionar. Convidamos os leitores a visitarem a página https://saveyour.town/results-real-people-real-towns/ para conhecerem as nossas concretizações.

* Entrevista conduzida por Sara Pelicano, Welectric.

Wednesday, August 03, 2022

Casas pequenas para todos!

Jacques Stiernet é um arquitecto de ascendência belga e fundador da empresa portuguesa TinyLar, empresa dedicada à construção de mini-casas móveis, que se destacam pelo seu design e qualidade construtiva: gestão óptima dos espaços, multifuncionalidade de todos os equipamentos, madeiras termo-tratadas, skylights de grandes dimensões no quarto e revestimentos a zinco.
Para além de um design com inspiração orgânica.

Se o nomadismo está associado ao início da Humanidade, o sedentarismo apresentou-se como a evolução para uma sociedade mais urbana, cosmopolita e estática.
No século passado, o nomadismo esteve associado ao preconceito da falta de raízes e de cultura.
Uma análise histórica revela que os maiores pensadores estiveram associados a viagens e a movimentos migratórios, onde absorviam o conhecimento de diferentes culturas.

O acesso universal à informação - conquista do séc. XXI - que poderia indiciar uma sociedade menos dependente dos movimentos migratórios, despertou diferentes interesses na população pelo nomadismo: enquanto os mais jovens preferem residências sazonais em diferentes países ou mesmo continentes, os mais idosos procuram imersões menos cronometradas em contextos distintos: os slowmads!

Para esses, a resposta das Tinyhouses é normalmente sem rodas e com a cama principal no andar térreo.
A Kodasema, líder europeia em habitações transportáveis, desenvolveu o modelo Koda Extended para este segmento de mercado.

Este novo conceito habitacional, também associado à redução de custos com a habitação, fez disparar o Do It Yourself (DIY): com frequência, os produtores destas mini-casas confessam a Bryce Langston do canal de Youtube Living Big in a Tiny House / Viver à Grande numa Casa Pequena que foi a primeira vez que usaram um serrote ou uma rebarbadora.

A Eugénia e o Pepe, um casal espanhol que escolheu Portugal para viver, publicaram no seu canal de Youtube o passo-a-passo da construção da sua Modern House Cabin: um alojamento para duas pessoas que alegam ter custado 5.000 euros.

O projecto da casa está disponível para download por 60 euros.

A este propósito, a pergunta mais frequente é sobre a legalidade da permanência destas casas em terrenos rústicos.
Não existe uma resposta taxativa sobre este assunto, mas já existem vários especialistas em Direito Imobiliário a trabalhar este tema.
Muitas vezes, a autorização de permanência não excede o periodo de três anos, um prazo suficiente para a experiência residencial dos nómadas digitais e analógicos.

A Pandemia Covid-19 permitiu compreender o potencial do teletrabalho.
Hoje, uma parte significativa dos trabalhadores intelectuais não aceita trabalhar em escritórios dos clientes, pela insustentabilidade energética e condicionamento ao estilo de vida que escolheram.

A necessidade de redução do consumo energético, da resposta aos constrangimentos da invasão russa à Ucrânia e o aumento da competitividade na produção para absorver a inflação, promove uma procura atípica pelos departamentos de recursos humanos a trabalhadores com maior capacidade de adaptabilidade e resposta a contextos dinâmicos.

Inevitavelmente, serão as empresas que melhor se adaptam aos sucessivos contextos que sobrevivem em mercados concorrenciais.

Monday, January 24, 2022

Linha Regenerar Territórios


O Turismo de Portugal reabriu a linha Valorizar, agora com a designação "Transformar o Turismo".
Dentro desse programa, foi criada uma linha específica para os investimentos corpóreos em baixa densidade com a designação "Linha Regenerar Territórios" como p.e. construção de Alojamentos Locais ou aquisição de equipamentos para atividades de animação turística, até ao limite de 300.000 euros de investimento, dependente do perfil da entidade promotora.

Os apoios são concedidos com 50% do valor financiado como não reembolsável (fundo perdido), mediante o cumprimento do projecto.

Para mais informações através do e-mail info@trilhosdoconhecimento.pt ou +351 271 817 000