As "cidades do futuro" pretendem ser verdes, sustentáveis, inteligentes e low cost. Isto já existe. Chama-se "Campo". Frederico Lucas

Tuesday, December 18, 2012

Dia Internacional dos Migrantes



Na sua mensagem para assinalar a data, o Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon sublinha que em épocas de maior dificuldades económicas, todos os sectores da economia dependem dos trabalhadores migrantes e empreendedores migrantes para criar emprego.  

A frase é contextualizada para esbater o estigma da migração que é muitas vezes tido como bode expiatório para outros problemas, medos e incertezas relativamente ao emprego, à habitação e à coesão social nas sociedades hospedeiras.

E a moeda tem de facto duas faces, pois "a migração pode também ser apontada como a causa da perda de capital humano e de dependência económica nos países de origem dos migrantes” como afirma o Director-Geral da OIM, William Lacy Swing. 

O projecto Novos Povoadores debate-se igualmente com mitos e percepções erradas acerca deste termo "migração". Por um lado, territórios que viram partir os seus filhos nem sempre compreendem que hajam pessoas que elegem essas terras para aí viverem. Por outro lado, a convicção crescente que só com a transferência de pessoas empreendedoras, será possível inverter o desânimo que atinge fatalmente um Portugal assimétrico.

Por este motivo, continuaremos empenhados nesta militância silenciosa que é promover a migração de projectos profissionais para reencontrar um equilíbrio. Das famílias que procuram maior qualidade de vida. Dos territórios que abracem os Novos Povoadores.

Thursday, December 06, 2012

Governo aprova programa de 256 milhões para combater despovoamento no interior

O Governo aprovou hoje o "Programa Valorizar", que tem como objetivo combater o despovoamento do interior do país, através de incentivos ao investimento e à atividade produtiva, no valor de 256 milhões de euros.


Em conferência de imprensa, no final do Conselho de Ministros, o secretário de Estado Adjunto da Economia e Desenvolvimento Regional, Almeida Henriques, disse que este programa resulta da reprogramação dos fundos europeus e de uma linha do Banco Europeu de Investimento (BEI).
Do seu valor total de 256 milhões de euros, 40 milhões de euros são recursos do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e 200 milhões de euros do BEI, havendo ainda 15 milhões de euros de entidades privadas, referiu Almeida Henriques.
Dessas verbas, 38,5 milhões de euros serão aplicados num "sistema de incentivos de apoio local a microempresas" e 200 milhões de euros numa "linha de financiamento para apoio à realização de projetos de base produtiva", que envolve verbas do BEI e um protocolo com a banca, adiantou.
O "Programa Valorizar" prevê ainda um princípio de "mérito regional na seleção dos projetos candidatos aos sistemas de incentivos do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN)", com "discriminação positiva" dos projetos localizados em territórios de baixa densidade populacional.
A criação de "redes nacionais de parcerias territoriais de apoio ao desenvolvimento económico e social de base local" e de um "prémio para o desenvolvimento regional" são outras medidas do "Programa Valorizar".


De acordo com o comunicado com Conselho de Ministros, este programa consiste num "conjunto de políticas de estímulo à atividade económica produtiva de base regional e local, que favoreça o crescimento económico sustentável, a competitividade e o emprego e o investimento empresarial numa lógica de coesão territorial, num horizonte temporal convergente com o novo período de programação dos instrumentos comunitários", de 2014 a 2020.
 Almeida Henriques sustentou que se trata de "uma autêntica mudança de paradigma" no combate ao despovoamento do interior, depois da aposta na criação de infraestruturas.
 "O resultado está à vista. Há, de facto, hoje territórios, concelhos, com boas infraestruturas criadas onde faltam as pessoas. Porquê? Porque não houve capacidade para criar valor nesses mesmos territórios, para fixar as pessoas. Este programa visa exatamente dar resposta a essa questão", afirmou.

Monday, November 19, 2012

"Sete propostas para Portugal"


Portugal tem de assumir um forte sentido de urgência em torno da inovação, pois dela dependerá não só a nossa capacidade competitiva, mas também a criação sustentada de emprego de qualidade e a coesão social.  

De acordo com a OCDE, em países como a Áustria, Finlândia, Suécia, Reino Unido e Estados Unidos, a inovação foi responsável por três quartos do crescimento da produtividade do trabalho entre 1995 e 2006.

Reforçar o investimento na inovação é crítico para uma retoma sustentável. Como afirmou recentemente o presidente da Comissão Europeia Durão Barroso é necessária uma consolidação fiscal inteligente, isto é, manter ou reforçar os investimentos nestes domínios da inovação, investigação e educação, mesmo no atual contexto. A Alemanha é porventura o melhor exemplo dessa abordagem: apesar de ter adotado um severo programa de redução da despesa pública (com o objetivo de reduzir o défice público para 2,5% do PIB ainda este ano), decidiu aumentar em 10% os investimentos em inovação, o que corresponde a um acréscimo de 12 mil milhões de euros. Em seis anos, duplicou a aposta em investigação e desenvolvimento.

Inovação aqui deve ser vista no sentido amplo: não só novos produtos, mas também novas soluções para os grandes desafios económicos, sociais e ambientais que a Europa enfrente. Nos anos 80 e 90, a agenda da inovação esteve focada exclusivamente nas empresas. Houve um tempo em que os temas económicos e sociais era vistos em separado. A economia produzia riqueza, a sociedade gastava. Na economia do século XXI, isso já não é verdade. Sectores como a saúde, os serviços sociais e a educação têm tendência a crescer, quer em percentagem do PIB quer como empregadores, enquanto outras indústrias têm tendência a decrescer. Em muitos países europeus, o sector social já emprega mais gente do que os serviços financeiros. No longo prazo, a inovação nos serviços sociais ou na educação será tão importante como a inovação na indústria farmacêutica ou aeroespacial. Numa reunião recente em Bruxelas sobre envelhecimento e inovação, que coordenei a convite da Comissão, o representante da Finlândia revelou que nos últimos cinco anos foram criadas na Finlândia mais de 200 empresas na área do envelhecimento ativo. A incubadora para a saúde de Londres, lançada há três anos, já deu origem a mais de 30 novas empresas. No Porto, a Católica lançou um programa de empreendedorismo na área social. Hoje, a Europa precisa de mobilizar a criatividade coletiva para melhorar a sua capacidade de inovação, criando novos modelos de prestação de serviços e novos modelos de negócio para responder aos desafios sociais mais prementes do nosso tempo, incluindo o envelhecimento, o desemprego juvenil e a redução das emissões de carbono.

Um dos maiores desafios que Portugal e a Europa enfrentam é claramente o do envelhecimento da população. As redes sociais e as tecnologias de comunicação são fundamentais para transformarmos este desafio numa oportunidade. Uma nova visão para o envelhecimento passa por uma noção de estarmos ligados: ao emprego, aos sistemas de saúde e de apoio social, aos amigos e familiares. Uma oportunidade de bem-estar e oportunidade de crescimento económico. Onde os mais seniores passam a ser vistos em função das suas capacidades e não apenas das suas necessidades.

Na Europa, "active and healthy ageing" é o tema do primeiro European Innovation Partnership, que tem como objetivo acrescentar dois anos de envelhecimento com saúde por cada cidadão. No âmbito de uma nova política de inovação para Portugal, este deve ser claramente um dos desafios prioritários. Criar condições para os mais seniores terem mais tempo de vida independente, inseridos nas suas comunidades, implicará conjugar inovação tecnológica com inovação social e uma forte colaboração entre as empresas, o Estado central, as autarquias e a economia social, criando novos ecossistemas e desenvolvendo modelos inovadores para a sua implementação.

Uma sociedade sustentável pressupõe um processo de inovação aberto. A grande dificuldade é ligar, intermediar e pôr em contacto pessoas com ideias, pessoas com problemas e pessoas com os recursos institucionais e capacidade financeira. No mundo da inovação empresarial, esse gap foi identificado e, ao longo dos últimos 20 anos, foram criados espaços como incubadoras e centros de inovação, em muitas das áreas da ciência e tecnologia. Não há o equivalente na área social — e essa é uma das razões por que muitas ideias boas não se desenvolvem e crescem. Creio que respostas mais criativas e mais radicalmente inovadoras passarão por novos espaços de colaboração. Precisamos de incubadoras para desenhar serviços, onde participem as pessoas com as mais diversas competências, gente do sector público, do sector privado e do sector social. A verdadeira inovação — adoção de novos modelos, não apenas melhoramento dos modelos atuais — pressupõe aprender com quem é diferente e exige espaços "seguros" para experimentar e testar.

Esta nova vaga de incubadoras permitiria criar o ambiente ideal para um trabalho colaborativo por parte dos três sectores — público, privado e social. Os seus resultados não seriam apenas uma panóplia de inovações, mas também um novo fluxo de novas empresas em mercados promissores, como a saúde, assistência social, educação e negócios verdes. Há exemplos muito interessantes por esse mundo fora.

O sistema financeiro atual não está vocacionado para financiar o tipo de inovação necessária para dar resposta aos grandes desafios sociais. Ao contrário dos mercados comerciais, em fase de maturidade, estamos ainda longe de encontrar os sistemas de financiamento adequados para as inovações sociais mais promissoras. Impulsionar novas fontes de criação de riqueza, aumentar a competitividade e dar resposta às necessidades sociais não são objetivos incompatíveis. É necessário desenvolver produtos financeiros com retorno simultaneamente financeiro e social. Exemplo: social impact bonds ou community impact bonds. Trata-se de um contrato entre uma entidade do sector público e os investidores, pelo qual estes se comprometem a aplicar o seu capital na melhoria de um indicador social. O empréstimo é levantado no mercado, por conta e risco dos investidores, e usado para financiar um conjunto de intervenções que têm objetivos específicos e quantificados. Ao possibilitar a mobilização de investimentos não-estatais, as obrigações de impacto social irão levar à canalização de mais recursos para serviços preventivos, os quais podem ter um impacto direto, por exemplo, nos crescentes custos sociais e de saúde. O Estado paga apenas pelos resultados sociais positivos alcançados, através da partilha com os investidores de parte das poupanças alcançadas. A evolução demográfica deve levar a uma reflexão sobre a própria natureza e finalidade dos fundos de pensões.

Uma forma de assegurar uma remuneração passaria por serviços em espécie, desde saúde a residências assistidas.

Cortar nos desperdícios é fundamental, mas não chega: fazer mais com menos implica inovar radicalmente, isto é: introduzir novos modelos de negócio, novas formas de fazer, abertura da cadeia de valor. O crescimento das necessidades sociais, em conjunto com as restrições orçamentais, exige novos modelos de serviço público. O que é que isso implica no Estado? Mais eficiência, obviamente. Mas também uma nova visão, capaz de mobilizar e envolver a sociedade na criação de novas soluções. A forma mais óbvia de reduzir o défice é eliminar ou reduzir serviços públicos. A forma mais inteligente é mobilizar a sociedade para criar novas soluções para as questões sociais. Em vez de reduzirmos a oferta de serviços públicos, a grande prioridade deve ser reduzir a procura. Como se faz? Se eu prevenir o crime, fica mais barato do que pôr mais polícias na rua. Se melhorar a autonomia dos doentes com doenças crónicas, estes não precisarão de ir constantemente ao hospital. Se criar as condições para os mais idosos ganharem autonomia e ficaram mais tempo nas suas residências, não tenho de construir residências. Este tipo de inovação social é nevrálgico.

Portugal não cresce e está perante o espectro de um desemprego crescente. A saída desta crise requer que tenhamos a ousadia em assumir um desafio coletivo: transformar Portugal numa start-up nation. Só um surto de novas iniciativas empresariais pode criar emprego e abrir perspetivas de futuro. Isso pressupõe apoiar as grandes empresas de amanhã, não apenas as grandes empresas de hoje.

Isto significa facilitar o acesso a financiamento, criar um ambiente atrativo para capital de risco, levar os bancos a financiar novamente as PME e insistir que uma fatia muito maior do orçamento de compras públicas seja alocada a este segmento de empresas.

Isso implica uma nova atitude e uma nova política radicalmente nova, assente no apoio à emergência e expansão de empresas inovadoras e de elevado crescimento. Estas empresas são consideradas motor de crescimento que pode levar a mudanças estruturais na economia. São fundamentais para aproveitar as oportunidades abertas por novas indústrias e sectores em crescimento — e não falo apenas de novos sectores, mas também de sectores ditos tradicionais, do turismo ao calçado, onde Portugal é competitivo.

Só a emergência de uma vaga deste tipo de empresas permitirá vislumbrar que algo de verdadeiramente novo e estrutural se passa na economia portuguesa. Empresas inovadoras de elevado crescimento são essenciais para a performance dos países em termos de inovação e crescimento. Nos Estados Unidos, entre um terço a metade do crescimento da produtividade na indústria deve-se à transferência de quotas de mercado de empresas antigas para novas empresas inovadoras e de elevado crescimento. Não só são mais inovadoras e exportam mais, como criam mais emprego. Entre 1977 e 2005, sem start-ups não teria havido crescimento líquido de emprego.

Um estudo feito há dois anos pela agência de inovação inglesa mostra que, neste país, entre 2002 e 2008, as empresas de crescimento rápido representavam 6% do número de empresas e 60% dos 5,4 milhões de novos postos de trabalho criados. Em suma: é nos momentos de crise que podemos testar e criar novas soluções. São tempos para sermos frugais nos custos, mas exuberantes na criação de novos futuros possíveis. E esse o desafio da sustentabilidade.
Fonte: Expresso, 2011-07-16

Tuesday, October 23, 2012

Unidade de Missão Local



"Quando o Lehmans Brothers  faliu, era dono de um banco no Norte da Alemanha, que detinha uma sociedade financeira na Baviera que tinha comprado uma correctora em Turim que controlava uma sociedade francesa, que adquiriu o capital de uma sociedade madrilena que comprou uma fábrica de texteis em Vila do Conde, ...e o meu cunhado foi despedido na semana passada.

É injusto porque ele fazia muito bem os casacos.
Solução: Comprar o Lehmans Brothers!"


Este trecho humorístico de José Pedro Cobra revela a capacidade dos portugueses de complicarem o problema até ao momento em que a solução se torna impossível.

São conhecidas em Portugal as áreas que atravessam as maiores dificuldades: Indústrias de mão de obra intensiva e sector público.

Sabemos que estes sectores vão desafectar mão de obra.
Será confortável para cada um dos leitores que a responsabilidade da solução seja do Governo. Liberta-nos para focarmos no problema.

Não é credível que o AICEP consiga captar 308 novas "fábricas", com a capacidade de empregarem 600.000 trabalhadores.

Isto significa que qualquer solução para o desemprego passará pelos recursos locais: Municipios; Escolas; Empresas

Torna-se por isso urgente que as entidades locais assumam as rédeas da solução.
Em conjunto, estas entidades saberão identificar soluções locais para a melhoria da competitividade económica e social.

Reclamar ao Governo uma solução, significa estar disponível para ser figurante. E não ator.


Texto de Frederico Lucas com Alexandre Ferraz.

Saturday, October 20, 2012

Redesenhar o Futuro (*)



Faltam 10 dias para o fim do mês.

Os trabalhadores suspiram por essa data. Os empresários entram em ansiedade, porque sabem que sem vendas não há cobranças e sem estas não haverá dinheiro para salários.

Todos sentem a crise. Por si, ou por alguém muito perto.
Todos sabem que o jogo entrou em "ciclo vicioso". Os custos aproximam-se a grande velocidade das receitas.

Mas o Ser Humano não veio à terra para se enredar na economia. E ainda menos para ser escravo dela.

Dizem os anciãos que na passagem pela terra, o Homem tem três missões: Plantar uma Árvore; Ter um Filho; Escrever um Livro

Muitos portugueses vivem a experiência da paternidade. Outros tantos alimentam blogues com relatos da sua aprendizagem.
E a árvore?!

O regresso ao campo é a concretização dessa missão: Cuidar de um pedaço de terra. Torná-la fértil.

O mundo pode estar louco. As cidades podem estar loucas. Mas o campo não está louco. E espera pela atenção e cuidado de todos.

Está na hora?

(*) Redesenhar o Futuro é o título das apresentações a cargo do Programa de Repovoamento Rural Novos Povoadores

Wednesday, October 10, 2012

Vida sem Máscara!


Pessoas com vidas interessantes não têm fricote. Elas trocam de cidade. Sentem-se em casa em qualquer lugar. Investem em projetos sem garantia. Interessam-se por gente que é o oposto delas. Pedem demissão sem ter outro emprego em vista. Aceitam um convite para fazer o que nunca fizeram. Estão dispostas a mudar de cor preferida, de prato predileto. Começam do zero inúmeras vezes. Não se assustam com a passagem do tempo. Sobem no palco, tosam o cabelo, fazem loucuras por amor e compram passagens só de ida.

Martha Medeiros

Friday, October 05, 2012

A explicação da Dívida em português suave




Explicar a economia portuguesa em poucos parágrafos é perigoso e necessariamente imperfeito.


Portugal tem no seu ADN um apetite especial para viver de recursos alheios.

Desde a Rota das Índias aos Fundos Estruturais, tudo serve para viver desafogadamente com o produto do trabalho alheio.

Quando os Fundos Estruturais entraram em declínio, um novo milagre ocorreu com o nascimento da moeda europeia: empréstimos externos a uma taxa tendencialmente nula.

O sector da construção percebeu muito cedo o novo milagre: entre as PPPs e o imobiliário, o foguetório parecia não ter fim.

Ao contrário daquilo que deveria acontecer, a regulação ficou a dormir.
Era um negócio que interessava a todos: banca, governo (criação e postos de trabalho), autarquias (beneficiárias das SISAs e não só).

Neste contexto, com a banca a emprestar a empresas de construção com garantia pública e a controlar simultaneamente a valorização imobiliária, o Mundo da Barbie estava montado. E nem o Ken faltou à encenação.

Em desgraça caíram todos os outros sectores da economia que não beneficiam de garantias públicas de crédito.

Lamentavelmente, entre estes estão os sectores que produzem riqueza. E sem capital, não ocorre a produção de "transaccionáveis", passíveis de exportação.

Sem exportações, a dívida cresce. E continuará a crescer até que cada um de nós compreenda que esse tem de ser o desígnio de uma economia sobre-endividada.

E assim chegamos à desgraça, consequência de políticas erradas de desenvolvimento.
A mudança é dura, mas necessária.
O reino da construção e das empresas públicas chegou ao fim.

Precisamos de dar novos mundos…a Portugal!


in Re-Visto

Monday, September 24, 2012

7 anos de reflexão sobre a "vida rural"!


Amanhã, 25 de Setembro, comemoramos o 7º aniversário do Blogue que esteve na origem da nossa reflexão para o reequilíbrio territorial.
O primeiro texto foi dedicado ao InterCidades da CP. Um activo sobre a mobilidade inter-regional.

Precisamos de recuperar a nossa agricultura. Os economistas conhecem os riscos da dependência alimentar de mercados externos.

Sem a criação de valor nos territórios rurais, a dependência económica sobre o sector público impede a redução de impostos. Uma preocupação comum aos fiscalistas.

Para a melhoria da qualidade de vida, devem existir uma diluição demográfica pelo território. Quer a excessiva concentração metropolitana, quer o isolamento, afectam a harmonia social. Tema de estudo dos sociólogos.

Aos geógrafos, cabe a responsabilidade de compreender o impacto do despovoamento na desertificação. Os fogos florestais são causa e consequência deste processo.

O território rural precisa de gente!

Por isso, este blogue é um espaço multidisciplinar sobre a inclusão dos excluídos. Gentes e territórios. E sobre a necessidade de implementação de novas estratégias: Inovação.

O blogue Inovação & Inclusão está a cumprir a sua missão!

Tuesday, September 18, 2012

“Com desinformação as pessoas são manipuláveis.”


A frase pertence a Luisa Schmidt, proferida durante a conferência “Presente no Futuro” que se realizou nos passados dias 14 e 15 de Setembro, no CCB em Lisboa.
Durante estes dias, políticos, investigadores e empreendedores pisaram os palcos da conferência, com a missão de discutir o Portugal que desejamos para 2030.
“Será que os portugueses detêm a informação necessária para que possam decidir livremente?”
António Barreto, Presidente da Fundação organizadora, sublinhou esta pergunta de resposta simples.
Os discursos partidários são vazios de conteúdo e ricos em Soundbites. Ninguém explica a dívida, porque não interessa.
Vivemos tempos de desinformação. Para melhor manipular “as massas”, registou Luísa Schmidt.

João Miguel Tavares pediu desculpa aos "Senhores Grisalhos" para os lembrar que os seus Direitos estão a ser pagos pelos seus filhos.
Isabel Vaz valeu-se da sua experiência de trabalho em contexto hospitalar para destacar a importância da visão de longo prazo. Por oposição ao “imediato”, que define a maioria das nossas opções.
O Poder Político dispoe de informação que não partilha. Porque não consegue conciliar os programas eleitorais com as necessidades da população.
Já conhecemos o resultado.
Fernando Henrique Cardoso, convidado de honra deste evento, trouxe uma mensagem de tolerância para um mundo mais próximo. Com várias culturas e religiões: ”O mundo precisa de uma regulação que respeite todas as realidades.”
Alexandre Soares dos Santos fechou a conferência: “Precisamos de ensinar aos nossos alunos a diferença entre discussão e confronto. Falta-lhes a capacidade de argumentação.”
Para respeitarmos a DIVERSIDADE, digo eu.

in re-visto

Monday, September 10, 2012

A Estratégia de Pedro Passos Coelho

A comunicação ao país de Pedro Passos Coelho surpreendeu tudo e todos.
Ninguém vislumbrou vantagens nesta estratégia de transferir para as famílias parte dos custos sociais.

As familias vão ficar com menos dinheiro. As empresas também.

Todas as empresas que estão orientadas para o mercado interno vão ressentir-se desta medida. As grandes empresas - em particular o retalho e a banca - vão ser as maiores vítimas. O consumo vai contrair, o incumprimento bancário vai aumentar.
O facto das grandes empresas portuguesas dependerem do mercado interno explica a parte mais importante da nossa crise económica.

Era mau demais para ser verdade.

Com esta medida, Pedro Passos Coelho está a chamar multinacionais para Portugal.

Mas não são todas. São apenas as que dependem do mercado global, uma vez que a evolução do consumo interno é uma incógnita para muitos.

Com esta medida, o governo espera criar postos de trabalho com empresas estrangeiras. Convenhamos que a estratégia estava montada: flexibilização do mercado de trabalho.

Terá o AICEP o "caparro" suficiente para a digestão desta medida?

Se Pedro Passos Coelho não tiver em carteira um conjunto de novos projectos para instalar em Portugal, teremos o caldo entornado.


Frederico Lucas, Técnico de Dinamização Territorial

Declaração de Interesses: O autor deste texto é promotor de iniciativas para a captação de empresas globais para o território rural português.

Saturday, September 08, 2012

“Pequeno rei”




Entrevista: Ryan Hreljac, da Fundação Ryan’s Well
Em janeiro de 1998, um canadense tomou uma decisão que mudaria para sempre a sua vida e a de milhares de pessoas do planeta. Ao saber que muitos africanos adoeciam e morriam por causa da ingestão de água poluída, ele mostrou-se decidido a ajudar a reverter aquela situação. Tomado por um altruísmo abnegado, ele convenceu parentes, amigos e gente que nunca tinha visto antes a se engajar na sua ideia: construir poços para disponibilizar água limpa a seres que ele e nenhum dos seus compatriotas conheciam ou tinham visto pessoalmente. Mas eram seres tão humanos quanto qualquer canadense ou nascido em outra região do planeta. Dois anos depois, ele estava a mais de 11 mil km de distância, em Uganda, inaugurando o primeiro das centenas de poços que iria ajudar a construir pelo mundo.
Essa história já seria um belo exemplo de amor ao próximo qualquer que tivesse sido o seu protagonista. Mas o que a torna ainda mais especial é que o canadense em questão tinha apenas seis anos quando ouviu ecoar dentro de dentro de si a vontade e o chamado para ajudar pessoas a viver com dignidade. Essa é a história de Ryan Hreljac.
Em entrevista exclusiva ao TerraGaia, Ryan, hoje com 19 anos, conta detalhes do dia em que decidiu que tinha que fazer algo para ajudar pessoas a terem água potável ara consumir; a reação da família ao saber do seu ambicioso projeto; a motivação para conseguir o dinheiro necessário para o investimento; a emoção dos ugandenses no dia da inauguração do primeiro poço (“foi um dia de celebração”); a criação da fundaçãoque leva o seu nome; e dá conselhos para aqueles que querem fazer como ele: ousar. “Para fazer uma mudança positiva no mundo, você precisa encontrar algo que o transforme num apaixonado e que lhe dê motivação para agir. Embora inicialmente os passos possam ser muito pequenos, se você persistir e nunca desistir, o impacto das suas idéias vai crescer ano após ano”, incentiva ele que, em dez anos de atividades, já completou mais de 630 projetos em 16 países, beneficiando mais de 700 mil pessoas. Uma atitude mais do que nobre, ainda mais para alguém cujo nome, em gaélico (o idioma irlandês), significa “pequeno rei”.
TerraGaia – O seu envolvimento com as causas humanitárias começou quando ainda era uma criança. Quantos anos o senhor tinha e o que o levou a iniciar um projeto para dar acesso à água a pessoas do continente africano, uma realidade muito diferente da sua naquele momento?
Ryan Hreljac – Minha história é realmente muito simples. Um dia, em janeiro de 1998, quando eu tinha seis anos, estava sentado na sala de aula do meu curso de 1º Grau quando minha professora, a Sra. Prest, explicou que muitas pessoas na África estavam doentes e até mesmo morriam porque não tinham água potável para beber. Ela nos contou que algumas pessoas andavam por horas na África, por vezes apenas para conseguir água poluída.
Eu fiquei muito triste quando soube daquela situação, pois, no meu caso, tudo o que eu tinha que fazer era dar nove ou dez passos da minha sala de aula até o bebedouro para beber água potável. Antes desse dia na escola, achava que todos no mundo viviam como eu. Quando descobri aquela situação, decidi que tinha que fazer algo.
Fui para casa e pedi ajuda ao meu pai e à minha mãe. Eles me disseram que eu poderia fazer tarefas extras em casa para ganhar os 70 dólares que eu achava que eram necessários para construir o poço. Eu pensava que, com esse valor, iria resolver o problema.
Em quatro meses eu consegui juntar os meus primeiros 70 dólares. Mas foi então que eu soube que eram necessários 2 mil dólares para construir um poço. O problema era muito maior do que eu imaginava.
Comecei então a falar com clubes, escolas e quem mais quisesse ouvir a minha história para que eu pudesse levantar o dinheiro necessário para a empreitada. Depois que construímos o primeiro poço, em Uganda, nos tornamos uma instituição de caridade canadense e começamos a construir outros poços, muitos outros. Venho fazendo isso há mais de dois terços da minha vida e pessoas de todo o mundo têm se prontificado a ajudar.
TerraGaia – Como a sua família reagiu à sua iniciativa? O que eles acharam de uma criança se envolver num projeto ambicioso que nem os adultos estavam dando atenção?
Ryan Hreljac – Minha família sempre me deu apoio. Desde a primeira vez quando cheguei da escola e pedi os 70 dólares. Mas meus pais disseram que eu teria que ganhar esse dinheiro fazendo tarefas em casa. E eu fiz!



Água limpa, alegria da criança africana: "O fato de ter pouca idade no começo não foi um obstáculo no caminho do meu sonho de conseguir água potável para todos"
TerraGaia – Em qual cidade o senhor morava no Canadá nessa época? Tem irmãos? Está estudando atualmente?
Ryan Hreljac – Eu cresci em Kemptville, Ontário, a 55 km da cidade de Ottawa, capital do Canadá. Tenho três irmãos: Jordan (mais velho), Keegan e Jimmy, adotivo, que conheci em Uganda. Atualmente, faço faculdade na Universidade King’s College, em Halifax, Nova Scotia.
TerraGaia – Como o senhor concilia seus estudos com as ações da fundação?
Ryan Hreljac – Apesar de ser aluno em tempo integral, consigo conciliar meus estudos com meu trabalho na fundação: realizo palestras durante alguns finais de semana nos meses de verão e participo das quatro reuniões anuais do conselho da instituição.


Ryan ao lado de um poço construído pela sua fundação no município de Ogur, sub-distrito de Lira, em Uganda
TerraGaia – Quais foram as dificuldades que o senhor encontrou para levar o projeto adiante? Conseguir financiamento? Não ser levado a sério pelo fato de ser uma criança? Encontrar pessoas ou empresas dispostas a contribuir com a sua causa?
Ryan Hreljac – Sempre fui uma pessoa motivada. O fato de ter pouca idade no começo não foi um obstáculo no caminho do meu sonho de conseguir água limpa para todos. Fui inspirado pela bondade da minha família, amigos e desconhecidos que enviaram dinheiro para o projeto.
TerraGaia – Por que Uganda foi o primeiro país beneficiado pelo projeto? Quais foram os motivos que levaram a escolha desse país?
Ryan Hreljac – Quando levantamos o dinheiro necessário, apresentamos o projeto a uma organização que nos sugeriu Uganda como o país que mais precisava de um poço naquele momento. Concordei e pedi apenas que o poço fosse construído perto de uma escola.


Fundação Ryan's Well, 630 projetos em 16 países: água potável e saneamento para mais de 700 mil pessoas no planeta
TerraGaia – Qual foi a reação dos governantes de Uganda ao conhecerem o seu projeto? Inicialmente houve apoio ou resistência?
Ryan Hreljac – O governo de Uganda foi muito favorável ao projeto.
TerraGaia – Qual região de Uganda foi escolhida para a construção do primeiro  poço? Por que a região foi escolhida?
Ryan Hreljac – O primeiro poço foi construído na Escola Primária Angolo, localizada em Otwal, no norte de Uganda. Era uma região marcada por muito sofrimento: 13 anos de atividades rebeldes contra o governo, muitos anos de seca e o flagelo da AIDS. A fonte de água mais próxima era um pântano localizado a cinco quilômetros de distância. Muitas crianças estavam doentes e tinham diarréia por causa da ingestão de água contaminada.


Ryan e Jimmy conversam com crianças numa escola: "Sempre fui uma pessoa motivada. Fui inspirado pela bondade da minha família, amigos e desconhecidos que enviaram dinheiro para o projeto"
TerraGaia – Como foi a reação dos moradores da região ao saber que seriam os primeiros a ter um poço construído pela sua iniciativa?
Ryan Hreljac – Foi um dia de celebração. Visitei a Escola Primária Angolo em julho de 2000, após a construção do poço. A estrada que leva até a aldeia onde está localizada a escola estava tomada por pelo menos cinco mil crianças, que batiam palmas e cantavam. Uma banda formada por moradores tocou várias músicas em minha homenagem e ainda fui cumprimentado pelos anciãos da aldeia.
TerraGaia – Em que momento o senhor percebeu a necessidade de criar a Fundação? Quando a instituição foi criada?
Ryan Hreljac – A Fundação Ryan’s Well foi criada em 2001 porque havia a necessidade de ampliar a arrecadação de fundos para os projetos de água. Em 2011, vamos comemorar nosso 10º aniversário.


Ryan junto ao seu primeiro poço, na Escola Primária Angolo, Uganda, em 2002
TerraGaia – Quantos poços foram construídos até hoje? Em quais países eles estão localizados?
Ryan Hreljac – Neste momento, nós completamos 630 projetos de água e saneamento em 16 países, levando água potável e saneamento a 700.880 pessoas.
Atualmente, a fundação concentra esforços e recursos em três regiões principais: leste da África: Uganda, Tanzânia, Quênia e Malauí; oeste da África: Gana, Togo e Burkina Faso; e América Central: Haiti. Também apoiamos projetos na Etiópia, Guatemala, Guiana, Nigéria, Índia, Zimbábue, Zâmbia e Lesoto.
TerraGaia – O senhor tem algum projeto para o Brasil? Conhece a realidade brasileira?
Ryan Hreljac – Ainda não temos projetos no Brasil. Mas temos uma compreensão geral dos desafios existentes no país: elevado número de pessoas vivendo em favelas e em áreas rurais sem acesso a água potável e a saneamento adequado.


"Eu fiquei muito triste quando soube que algumas pessoas andavam por horas na África, por vezes apenas para conseguir água poluída. Antes desse dia na escola, achava que todos no mundo viviam como eu. Quando descobri aquela situação, decidi que tinha que fazer algo"
TerraGaia – A sua iniciativa pode ser considerada um exemplo para um mundo onde muito dinheiro é destinado à fabricação de armas, que geram violência e dor a muitas famílias e crianças. Como se sente em relação ao impacto que o seu trabalho gera para o bem-estar de milhares de pessoas e ao redor do planeta?
Ryan Hreljac – Eu sou inspirado por pessoas que me dizem: “Mas eu sou apenas um estudante…”, “Eu sou apenas um professor…”. Mas eles podem, à sua própria maneira, fazer diferença. Me alegra ouvir depoimentos de pessoas se inspiraram na minha história e nos relatos dos que estão ajudando a fundação.
TerraGaia – Qual mensagem gostaria de enviar para as famílias e para as crianças e jovens do mundo?
Ryan Hreljac – Meu trabalho com a fundação tem me ensinado que, para fazer uma mudança positiva no mundo, você precisa encontrar algo que o transforme num apaixonado e que lhe dê motivação para agir. Embora inicialmente os passos possam ser muito pequenos, se você persistir e nunca desistir, o impacto das suas idéias vai crescer ano após ano.

Ryan na África, 11 mil km de distância da sua terra natal, o Canadá: "Para fazer uma mudança positiva no mundo, você precisa encontrar algo que o transforme num apaixonado e que lhe dê motivação para agir. Embora inicialmente os passos possam ser muito pequenos, se você persistir e nunca desistir, o impacto das suas idéias vai crescer ano após ano"
Fundação Ryan’s Well é uma instituição de caridade canadense. Recebe doações de pessoas físicas, escolas, igrejas e corporações.
Contato: www.ryanswell.ca
Fonte: TerraGaia

Tuesday, August 07, 2012

"Como prevenir a perda de clientes no processo de relocalização da minha empresa?"

Quando pensamos na transferência da nossa empresa para uma zona rural, sentimo-nos assaltados pelo receio da perda de clientes, mesmo para as empresas que foram criadas após a massificação da internet.
Todos os negócios passam pela confiança entre os seus interlocutores, sendo fundamental o contacto pessoal nessa construção.

Para os empresários, a par do projeto de migração familiar para um contexto mais sustentável, surge a pergunta sacramental: "Como prevenir a perda de clientes no processo de relocalização da minha empresa?"

As tecnologias de comunicação não presencial ajudam nessa tarefa, em particular as redes sociais.
Mas não é tudo.
A participação em eventos relevantes para o mercado em que opera, ganha uma renovada importância.
Marcar presença nesses eventos é fundamental para não perder essa ligação.

Para além disso, essa migração permitirá optimizar custos de funcionamento da empresa, permitindo reduzir os valores de venda sobre os serviços prestados. E esse factor, no actual contexto, permitirá crescer em quota de mercado.

Bons negócios!

Wednesday, July 25, 2012

Comunidades Contemporâneas



O João, o Pedro, a Rita e a Inês estão desempregados.
Na vila onde habitam, não existem empresas a contratar.
Nenhum deles, numa perspectiva isolada, tem a coragem de criar o seu posto de trabalho.
Restam por isso duas alternativas: mudar de cidade ou país; associarem esforços para uma solução comum.
Foi isso que fez Arthur Potts-Dawson, Kate Bull e David Barrie ao criarem o primeiro “The People’s Supermarket”.
Todos tinham tempo disponivel, todos precisavam de adquirir produtos alimentares.
A primeira conclusão foi linear: a compra de produtos em quantidade traz descontos que o retalho não pratica.
A segunda conclusão, com maior risco, foi sobre a partilha desses descontos com a comunidade onde habitam.
Criaram assim um negócio assente num modelo muito simples: O nr de horas dedicadas ao negócio – a título de voluntariado – revertiam em descontos nas compras.
Como factor diferenciador, apostaram em fornecedores horticolas seus conhecidos, garantindo aos clientes a qualidade desses produtos.
Assim, reduziram os riscos da operação, rentabilizaram o tempo que tinham disponivel, e ofereceram à comunidade um ponto de venda seguro sobre produtos frescos comercializados.
O João, o Pedro, a Rita e a Inês não precisam de abrir um supermercado na vila onde habitam para construirem uma solução profissional.
Mas este exemplo é revelador de uma tendência global que importa explorar: a participação dos consumidores no processo produtivo.

Saturday, June 16, 2012

1º Encontro de Espaços de Coworking a 23 de Junho em Alfândega da Fé

Vai realizar-se no próximo dia 23 de Junho em Alfândega da Fé o primeiro encontro de espaços portugueses de coworking.
Neste encontro, pretende-se discutir três temáticas sobre este conceito:

- Vantagens competitivas do CoWorking para os territórios de implantação
- A Importância da actuação em rede
- Como dinamizar os espaços: iniciativas catalisadores para um ambiente criativo

A entrada é livre, mas a inscrição é requerida.


Mais informações sobre o conceito Coworking

Monday, June 11, 2012

Construir o Futuro!

Realizou-se no passado fim de semana a Festa da Cereja em Alfândega da Fé.

É um evento de grande importância para a região, que detém o maior pomar de cerejas da Europa.

Aproveitámos a ocasião para discutir com algumas familias os seus projectos de empreendedorismo para Alfândega.

A Ana voltou a surpreender-nos com os seus produtos: azeites, chutneys e compotas.

A Marta trouxe-nos a sua energia para concretizar iniciativas, suportadas no seu conhecimento em texteis, enquanto o João transbordava em propostas para comunidades mais sustentáveis.

A "outra" Ana, propos a construção de um Parque de Campismo com preocupações ambientais.

Encontrámos em todos os candidatos uma motivação comum: empreendedorismo sustentável

Acreditamos que é possível viver melhor, através de uma gestão consciente dos recursos disponíveis.

Esperamos que todos tenham regressado a suas casas com renovada esperança nos seus projectos. Deste lado, tudo faremos para facilitar a implementação dessas iniciativas.

Thursday, May 10, 2012

Festa da Cereja 2012, Alfândega da Fé

A Festa da Cereja entrou para o calendário das festividades locais há mais de um quarto de século. Tal como o próprio nome indica, é uma festa em homenagem a uma das principais produções agrícolas locais.

A Festa da Cereja terá lugar de 8 a 10 de Junho de 2012, no Recinto da Feira Municipal.

Para os inscritos no nosso programa de repovoamento Novos Povoadores, haverá um programa especial de visita ao concelho.

Inscrições pelo endereço info@novospovoadores.pt

Thursday, April 26, 2012

Os Benefícios da Crise!

Ultrapassado que está o período das vacas gordas - afirmação extemporânea para a maioria dos portugueses - o lado positivo da vida está agora a nascer.

As áreas metropolitanas perderam há muito o seu esplendor. Foram durante décadas o epicentro de talentos de nível nacional onde residiam as oportunidades de participação profissional que gravitavam em redor dos mesmos.

Hoje, a economia do conhecimento traz consigo a democratização territorial. E os territórios rurais, outrora desconectados dessa economia, têm hoje atractivos de relevo para proporcionar o êxodo metropolitano: A qualidade ambiental, social e económica dos territórios rurbanos respondem ao novo estilo de vida dos empreendedores.


A consequência mais interessante do êxodo metropolitano será a polinização de conhecimento protagonizado pelos Novos Povoadores nos territórios de baixa densidade. As redes e a Internet trouxeram consigo a possibilidade de acesso e difusão de informação a nível global, e-learning e trabalho com equipas geograficamente distribuídas (groupware), para citar algumas possibilidades. Facilitarão deste modo a dinamização em seu redor de pequenos alvéolos sociais, com vista a respostas mais actuais à economia que estamos a construir.


O modelo de vida tradicional, onde a população metropolitana adquiria no campo/praia a segunda habitação que lhe permitia respirar, é no actual modelo a sua morada de eleição: Quebraram-se as barreiras geográficas e a falta de competitividade provocada pelos excessivos custos de produção nas áreas metropolitanas - que eram suprimidos por uma procura sucessivamente crescente de uma economia que agora sabemos sobreaquecida - tem hoje uma resposta no território interior conectado.

Por outro lado, os territórios com vontade de atrair Novos Povoadores - gente empreendedora, capaz de gerar dinâmicas de emprego e com vontade de adoptar um estilo de vida mais familiar - são chamados a posicionar-se de uma forma pró-activa, isto é, facilitar a integração dos novos residentes e das suas famílias. Essa tem sido a grande diferença no desenvolvimento dos territórios de baixa densidade. Quando os diversos actores territoriais se mobilizam em torno de um mesmo projecto - Networking Territorial - o sucesso torna-se alcançável. Os Novos Povoadores deixam de o ser, para fazerem parte de uma comunidade que luta para uma maior afirmação territorial, um acto de cidadania activa que os torna actores do desenvolvimento económico e social dessas regiões.

Será esta uma visão utópica?

Segundo um estudo da ONU, em 2015, 69% da população portuguesa viverá nas áreas metropolitanas, acentuado a ausência de qualidade de vida nesses centros populacionais.

Por seu turno, só o Município de Sintra acolhe mensalmente 1000 novas famílias de acordo com os últimos censos do INE.
Estando a sociedade globalizada assente cada vez mais numa economia sem geografia, facto que permite olhar para o território de uma forma mais inclusiva, é possível reduzir o fosso das assimetrias regionais com vantagens para os novos residentes dos territórios de baixa densidade. Assim, além do inegável incremento da qualidade de vida, promover-se-á a quebra de um ciclo de sangria demográfica.

Passar horas a fio no trânsito - que se retiram directamente ao tempo em família - não é uma inevitabilidade para ninguém.

Alexandre Ferraz e Frederico Lucas, co-autores do projecto "Novos Povoadores"

in SOL

Sunday, April 22, 2012

As férias da minha vida!

Todos temos férias que jamais esqueceremos. São momentos especiais, marcados por novas experiências... :-)

Deveria ter 11 anos quando rumei, uma vez mais, com os meus pais para o Algarve.
Na época, para uma criança alfacinha, o verão era marcante: Pelos novos aromas, pelas novas gentes e por um equilíbrio entre a ruralidade e o turismo existente naquela época.

Foi nessa altura que questionei-me sobre “onde queria viver quando crescesse”!
E, naquele instante, fascinei-me pela primeira vez pelo meio rural num processo que me conduziu muito mais tarde a uma ruptura com o ambiente metropolitano.

Hoje, quando observamos o Algarve, não encontramos a mesma harmonia entre o turismo e a ruralidade.
Atrevo-me a dizer que pouco restou da identidade algarvia em boa parte da sua região.

E é esta constatação que me faz lutar por um interior equilibrado. O turismo é importante mas não deve ser sobrevalorizado como o “remédio para todos os males”.
Multiplicar por dez o turismo no interior, coeficiente necessário para o reequilibrio económico nestas regiões, significaria ceder ao fish and chips dos destinos de massas.
E essa não é, por certo, a ambição das gentes de Trás os Montes e Alto Douro.

Mas, e existe sempre um “mas”, os comércios desta região precisam de mais consumidores, as escolas de mais crianças, os centros de saúde de mais utentes. Em suma, este território precisa de mais gente.

Num momento em que 30% dos trabalhadores desenvolvem a sua actividade online - sejam contabilistas, tradutores, gestores de clientes ou ilustradores, para dar alguns exemplos - isso significa que muitas familias metropolitanas podem migrar para onde lhes convier.
É aqui que reside um grande factor de competitividade dos territórios rurais mas conectados à banda larga: Captar essas familias!

E esse é o desafio: Convidar as familias metropolitanas para residir nos nossos territórios menos povoados, com mais qualidade ambiental, social e económica.
Para que isso aconteça, é importante que saibamos receber essas gentes “de braços abertos”!

Crónica de Frederico Lucas para a Revista Tribuna Douro

Monday, April 16, 2012

Sabores transmontanos à sua mesa!

Luís e Patrícia partiram de Braga para Alfândega da Fé, onde têm familia.
Assim concretizaram o objectivo de alterar o ritmo das suas vidas, no momento em que passaram a ser pais.

Com esta migração, abraçaram outro designio: colocar à mesa dos portugueses os produtos tradicionais transmontanos.
Os seus conhecimentos sobre as pequenas indústrias da região permitem-lhes identificar os produtos que o solo transmontado viu nascer, cumprindo a sua identidade.


Com o portal Monte Mel, pretendem aplicar aos negócios ancestrais ferramentas actuais.

Promovem os pequenos produtores transmontanos, preenchendo uma lacuna no mercado, após a estagnação do comércio tradicional. Procuram contrariar a desactivação de pequenas unidades produtivas, que têm vindo a perder facturação nas últimas décadas.

"Em Abril, Alheiras Mil" é o mote da actual campanha de promoção do portal Monte Mel.

Sunday, March 04, 2012

Broadband 'can be an engine for economic growth in Europe'

The Mobile World Congress (MWC) 2012 took place in Barcelona from 27 February to 1 March with the participation of global leaders in the world of telecommunications.
The event coincided with the decisions on roaming and data roaming charges in the European Parliament, considerations of the future investment in internet technologies and debates on the Anti-counterfeiting Trade Agreement (ACTA), each with its own policy ramifications on the telecoms industry.

Despite the positive global trends linking broadband technology to GDP growth, speakers at the MWC pointed out that Europe remains the only continent where telecommunications business is running at a loss. The European Commission has dedicated €9.2 billion to co-finance transition from copper to fibre-based cable telecoms and internet networks in October 2011.
Indonesian Telecoms Minister Tifatul Sembiring stressed at the broadband forum organised by leading global information and communications technology solutions provider Huawei that growth in broadband was central to economic growth of 6.5% that the country experienced in the past year.

The importance of the broadband internet as an engine for the economic growth was pointed out by Huawei Vice Director Richard Brennan who told New Europe that the technology could improve various aspects of life, including education, healthcare and the way businesses operate.
One of the creative solutions presented at the eve of MWC is improvement in machine-to-machine (M2M) technologies presented by Huawei that allow both wireless and wired systems to communicate with other devices, providing an interface for consumers and developers to implement ideas and services as applications on the cloud rather without unnecessary worries about the infrastructure set-up and maintenance.

The future IPv6 technology, championed by Huawei, would allow for every appliance to be connected to the network, fetch data from it and report its position and other information. Application of such technology in healthcare could provide timely and accurate treatment while lowering costs.
Many companies around the globe already benefited from using Huawei's cloud technologies, but creation of a wider open-access data network, based on the fibre broadband which would serve as a backhaul available to users, could provide a boost to invention-based economy and creative businesses.
The World Bank estimates that a 10% increase in broadband penetration can potentially translate into 1.3% GDP growth, with comparative studies in countries which committed to national broadband commitments confirming this trend.

in New Europe