O coordenador da Estratégia de Lisboa, Carlos Zorrinho, espera ter até ao final do ano um "esboço" das principais apostas da economia portuguesa para os próximos anos e dos `clusters` com potencialidade para se tornarem pólos competitivos.
"Ambicionamos ter o desenho da grande matriz da economia portuguesa pronta até ao final do ano", disse Carlos Zorrinho, durante um almoço com jornalistas sobre o novo ciclo da Estratégia de Lisboa (2008-2010).
Carlos Zorrinho lembrou que a regulamentação para a estratégia de eficiência colectiva "está na sua fase de finalização", pelo que espera "ter definidos quais os principais `clusters` e sectores com ambição de se formar como pólos competitivos" à escala global.
O sector da Energia e o do Turismo são alguns dos sectores a que Zorrinho reconhece "particulares competências e capacidades óbvias" para que Portugal se afirme globalmente como pólo competitivo, mas a área da saúde tem também potencialidade.
"Sabemos que o sector da saúde se está a organizar no sentido de criar um plano de acção que lhe permita qualificar-se como um pólo de tecnologia", exemplificou.
De acordo com o Zorrinho, o objectivo do governo é "facilitar dinâmicas na sociedade civil em cinco ou seis áreas, para se afirmarem como pólos competitivos".
"Os sectores automóvel, aeronáutico, da moda, têxtil e do calçado também podem ser competitivos. O jogo neste momento não está fechado, está aberto. Não queremos à partida limitar que ocorram dinâmicas da sociedade civil, nem nos podemos auto-limitar", disse.
Relativamente ao plano tecnológico, o responsável sublinhou que "está em velocidade de cruzeiro", fruto de uma maior exigência dos cidadãos e concorrência entre empresas e adiantou que os planos tecnológicos da Justiça, Saúde, Redes e Estruturas já estão em elaboração, sem contudo avançar pormenores.
Mas um dos maiores desafios nos próximos meses "é preparar o país para aproveitar a onda de recuperação a nível internacional" assim que a conjuntura internacional melhorar, defendeu.
Por outro lado, para a Europa, Zorrinho defendeu sobretudo a necessidade de alcançar em 2010 a liderança "numa área-chave em termos globais": a das alterações climáticas e energia.
"A nossa agenda é a do pós-petróleo, pós-biocombustíveis, é a das energias renováveis, de nova geração. O facto de limitar as emissões à indústria europeia pode diminuir um pouco a competitividade nos primeiros anos, mas no futuro pode lançar uma nova indústria das energias alternativas", disse.
Questionado sobre a aprovação do princípio de uma União para o Mediterrâneo, que incluirá os Estados-membros da União Europeia e os estados costeiros que não fazem parte dela, Zorrinho é peremptório: "Se se tratar de uma acção concertada do ponto de vista político e económico, com uma vertente comunitária forte, esta é claramente a dimensão externa da Estratégia de Lisboa e a primeira experiência concreta".
JMG
in RTP, LUSA/FIM
1 comment:
Continuo a pensar que o choque tecnológico não passa de um Power-point. Não se aposte a sério na educação e não haverá qualquer progresso tecnológico sustentável...
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