A civilidade está intrinsecamente ligada à cidade. A polis grega designava tanto a forma urbis como o modelo de relacionamento social apropriado ao lugar. A notoriedade das cidades condiciona a aspiração das suas instituições e a qualidade de vida dos seus habitantes.
As cidades antigas costumam ser densas e apresentar alguma regularidade tipológica, traduzindo na malha a hierarquia espacial das funções que lhe estavam cometidas (câmara, tribunal, cadeia, mercado, igreja, escola, etc.). Com a industrialização e a concomitante liberalização dos hábitos, a pressão demográfica, o desenvolvimento dos transportes e a promoção higienista, as urbes expandiram-se para lá da muralha em ensanches mais ou menos regrados, afastando-se da utopia moderna.
(...) A cidade, consolidada ou instantânea, é simultaneamente um espaço de encontro e de irradiação que acolhe grupos humanos com distintos, por vezes conflituais, interesses. Mais do que ícones do poder vigente, as novas formas de centralidade são heterogéneas, devem etimular as trocas entre as "coroas" urbanas e fomentar a coexistência da multiplicidade cultural, que não é mais que a inscrição da cidadania, pois a conciliação e a disputa estão na génese da política.
texto completo no O Interior Francisco Paiva
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