As "cidades do futuro" pretendem ser verdes, sustentáveis, inteligentes e low cost. Isto já existe. Chama-se "Campo". Frederico Lucas

Sunday, May 20, 2007

Assimetrias


Um estudo da Marktest mostra bem as grandes assimetrias que existem em Portugal. Em 25 concelhos, que representam apenas 6% do território português, está concentrado 50% do seu poder de compra, 45% da população, 47% das empresas, 70% da facturação empresarial, 73% dos impostos do Estado e 78% do crédito bancário.

(...)

"A repartição geográfica do sales index mostra-nos a sua litoralização e a sua concentração num número muito restrito de concelhos", refere a Marktest, adiantando que "25 concelhos apenas concentram mais de metade do poder de compra de todos os 278 concelhos que compõem o Continente".

Neste grupo de 25 concelhos contam-se Lisboa, Porto, Sintra, Oeiras, Vila Nova de Gaia, Cascais, Loures, Almada, Coimbra, Matosinhos, Braga, Amadora, Seixal, Setúbal, Guimarães, Leiria, Gondomar, Santa Maria da Feira, Maia, Loulé, Vila Franca de Xira, Odivelas, V. N. de Famalicão, Viseu e Aveiro.

Destes, 11 concelhos situam-se na área da Grande Lisboa (até Setúbal), 7 na região do Grande Porto e 1 no Algarve. Para além de Leiria e Aveiro, que são concelhos do litoral, apenas 4 são concelhos do interior (Braga, Coimbra, Guimarães e Viseu), sendo três deles capitais de distrito.

Os 25 concelhos com mais poder de compra ocupam 5,8% da área total do Continente e concentram 44,9% da população aí residente. Aqui estão também localizados 47,1% dos estabelecimentos empresariais e 53,3% das suas pessoas ao serviço.

Da mesma forma, concentram 69,7% da facturação das empresas, 73,2% dos impostos cobrados pelo Estado e 61,2% dos impostos autárquicos. Estes 25 concelhos são ainda responsáveis por 62,1% dos depósitos bancários e por 78,2% do crédito bancário concedido.

A lista dos concelhos com maior índice de poder de compra regional é encabeçada por Lisboa, responsável por 11,3% do poder de compra do Continente. O Porto concentra 3,9% deste índice e Sintra 3,3%. Oeiras e Vila Nova de Gaia estão "empatados", com um índice de 2,3%, um pouco acima dos 2,1% de Cascais. Estes seis concelhos concentram, no seu conjunto, um quarto do poder de compra do Continente.



in Jornal de Negócios

3 comments:

João Soares said...

Estimado Frederico e colaboradores
Muito grato pela visita e seu comentário.Retribuo o mesmo, pois desconhecia de todo este óptimo blogue, que o irei juntar ao Dossier Terra Geográfica.Em relação ao blogue Beira Medieval,estará na Lista de Amigos.
Um abraço
BioTerra

Al Cardoso said...

Da "nossa Beira a Alta" so mesmo Viseu, o que e muito mau!

Um abraco do d'Algodres.

Frederico Lucas said...

Caríssimo Albino,
O território da Beira Alta é de baixa densidade.
Isso é uma desvantagem, por um lado, mas por outro uma enorme vantagem.
O que falta fazer é dinamizar o território para cativar novos povoadores, preferencialmente com formação superior, para que o "conhecimento" seja democratizado por todo o território.

É uma opinião. A minha, no caso.


:-)