As "cidades do futuro" pretendem ser verdes, sustentáveis, inteligentes e low cost. Isto já existe. Chama-se "Campo". Frederico Lucas

Friday, January 26, 2007

Turismo Rural quer captar argentinos

Os solares e as aldeias de Portugal querem mostrar-se como alargamento natural da fronteira espanhola para desviar os turistas sul-americanos

Se Portugal é a principal porta de entrada dos brasileiros na Europa, a Espanha é o destino inicial europeu para a maioria dos hispano-americanos. É com essa premissa que o turismo rural português quer captar parte dos milhares de argentinos que anualmente chegam a Espanha. A estratégia dos Solares e das Aldeias de Portugal é criar com os agentes de turismo da Argentina circuitos comuns com as ‘Casas Grandes de Hispania’, além de, por exemplo, desenvolver o caminho português de Santiago de Compostela.

Segundo Francisco de Calheiros, presidente dos Solares, a meta é seduzir já para 2007 cerca de 2.500 argentinos, 10% dos que anualmente chegam a Portugal. O número só não é maior devido à falta de voos entre Buenos Aires e Lisboa. Um acordo aéreo adormece pronto há meses à espera das assinaturas oficiais e do interesse das companhias.

“Queremos atrair os mercados emergentes da América do Sul para que descubram a Europa genuína, mas temos que avançar na questão aérea. Vamos pressionar as companhias para tornar mais fácil a ligação entre os países”, indicou Calheiros ao Expresso.

Enquanto os aviões não descolam para este canto, as associações de turismo rural do Minho e da Argentina anteciparam-se às oportunidades e fecharam em Buenos Aires um convénio de cooperação mútua que permite um país difundir o outro, numa sinergia de promoção e de experiências, a exemplo do que já existe entre Portugal e outros países do Mercosul (Brasil, Uruguai, Paraguai e Chile).

O português Fernando Martins, dono da agência de turismo argentina Algarve Turismo, é um dos que mais leva argentinos a Portugal. “Acredito que seja possível incrementar as actuais vendas em 40% já para o próximo ano, embora, devido à falta de de voos directos e aos voos indirectos insuficientes, tenhamos sofrido neste ano uma queda de 50% no movimento de argentinos a Portugal”, compara Martins. “Com voos directos, a minha capacidade de venda aumenta em pelo menos quatro vezes”, conclui.

O acordo também desperta expectativas deste lado. A Argentina tem-se tornado um destino emergente e barato para os portugueses.

Márcio Resende, correspondente na Argentina

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