As "cidades do futuro" pretendem ser verdes, sustentáveis, inteligentes e low cost. Isto já existe. Chama-se "Campo". Frederico Lucas

Friday, September 15, 2006

"O Portugal que vence a crise!"

A edição de ontem da revista Visão escreve sobre o Portugal que está a reagir positivamente ao actual momento de crise.
Os diversos exemplos indicados são reveladores de mérito e coragem dos seus actores, mas porventura ficou de fora o principal instrumento de combate à crise económica portuguesa: A deslocalização de empresas para o interior do país.

Qualquer pequeno e médio empresário sabe o que aqui já se escreveu: Em valores anuais, empregar 10 pessoas em Lisboa custa 150.000 euros (sector terciário) aos quais acresce o valor das instalações que estimo em 15.000 euros. No interior esse valor desce para 85.000 euros de custos com pessoal e de 2500 euros (15% do valor nas grandes cidades) com instalações. Isto é, 87.500 euros contra 165.000 euros.

Estou a ocultar propositadamente os incentivos que os municipios das regiões de Baixa Densidade oferecem aos empresários, porque varia consoante os objectivos estratégicos de cada uma dessas regiões. Posso no entanto adiantar que entre os incentivos comuns está a preferência na entrega de contratos de prestação de serviços a essas organizações e a cedência temporária de instalações e/ou terrenos para a actividade dessas organizações.


Obviamente que esta tendência está a ocorrer fundamentalmente em empresas prestadoras de serviços, cuja "produção" não está condicionada à proximidade fisica do seu mercado, por estar operacionalizada sobre a rede de banda larga.

A provar o exposto está o serviço de reexpedição de correspondência dos CTT. Crescem de forma galopante os contratos de reexpedição de correspondência a partir de Lisboa para o interior do país.

Mas mais importante do que tudo o que se escreveu, está a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores.

2 comments:

Al Cardoso said...

Acontece que as pessoas tendem a nao ver, o mais visivel, infelizmente para elas.

Um abraco fornense.

Antonio Santos said...

A Visão é dirigida por uma certa elíte da esquerda Portuguesa.Uma esquerda burguesa que gosta de bons restaurantes, passear no Colombo, entre outras mordomias urbanas.Para esta esquerda o interior e em especial o interior norte, não existe no seu mapa de deslocações.Nutrem um certo interesse revivalista pelo Alentejo pós 25 de Abril, onde alguns deles são proprietários de pequenos montes com piscina.De uma certa forma ignoram os problemas reais do pais e tudo o ques lhes possa trazer um certo desconforto.
O Norte para estes senhores ainda é um lobo que os atormenta quando tentam adormecer.