As "cidades do futuro" pretendem ser verdes, sustentáveis, inteligentes e low cost. Isto já existe. Chama-se "Campo". Frederico Lucas

Sunday, September 10, 2006

"Abril" em Setembro!

Todos os anos, nos primeiros dias de Abril, somos metralhados com mil e uma estórias/teses sobre o 25 de Abril de 1974.
Julgo que a todos, por se tratar de um tema repetitivo até à exaustão, recai legitimamente o impulso de ignorar tal informação.
Para os "filhos de Abril", que nada fizeram por essa luta e cuja "Democracia" conheceram como um direito adquirido, limitam-se a observar os "Actores de Abril", seus pais em muitos casos, a proteger novos situacionismos em detrimento do interesse público, isto é, das gerações seguintes.

Muito recentemente fui surpreendido, por colegas e amigos, por uma enorme ignorância sobre o estado social em data anterior ao golpe de 25 de Abril.

Selecionei, julgo que sem polémica, o site da Associação 25 de Abril como a melhor fonte informativa sobre a referida temática.
No editorial, Vasco Lourenço assina o texto que se segue sob o título A RESTAURAÇÃO DA DEMOCRACIA.

"(...)Em 25 de Abril de 1974 o Movimento das Forças Armadas (MFA) derrubou o regime de ditadura que durante 48 anos oprimiu o Povo Português. Nessa madrugada do dia inicial, inteiro e limpo (como poetizou Sophia de Mello Breyner) os militares de Abril foram claros nas suas promessas: terminara a repressão, regressara a Liberdade, vinha aí o fim da guerra e do colonialismo, vinha aí a democracia.

Com tudo isso, a Revolução dos Cravos pôs fim ao isolacionismo a que Portugal estava condenado há já vários anos e ajudou ao nascimento de novos países independentes. Constituindo-se o movimento pioneiro de enormes transformações democráticas em todo o mundo e demonstrando que as Forças Armadas não estão condenadas a ser um instrumento de opressão, podendo, pelo contrário, ser um elemento libertador dos povos.

Democratizar, Descolonizar e Desenvolver foi o lema que então fez regressar Portugal ao fórum das nações livres e amantes da paz.

Ao cumprir todas as suas promessas, os capitães de Abril transformaram o seu acto libertador numa acção única na História da Humanidade. Disso se orgulham, nisso se revêem. Porque se não pode apagar a memória, porque importa ter presente a razão de ser do 25 de Abril, a A25A, assumindo-se como herdeira dos que tudo arriscaram para a libertação dos seus concidadãos, convida-o a conhecer a História desses acontecimentos."

Não posso terminar o presente texto sem enaltecer publicamente Salgueiro Maia, personalidade que identifico como a mais corajosa no referido golpe, uma vez que ISOLADAMENTE exigiu a rendição incondicional do poder político, correndo o risco individual de viver naquele instante os últimos minutos da sua existência.

1 comment:

Maria said...

Permite-me corrigir a palavra ISOLADAMENTE pela palavra CORAJOSAMENTE, no que se refere a Salgueiro Maia e à rendição do poder político. Ele não estava isolado, embora estivesse sozinho no Carmo. Mas outros estavam sozinhos nooutros postos de comando ou de acção.
Parabéns pela recomendação que fazes para visita ao site da A25A, porque de facto a ignorância sobre este assunto deixa-me, às vezes, e todos os anos, perplexa.
Um beijo