As "cidades do futuro" pretendem ser verdes, sustentáveis, inteligentes e low cost. Isto já existe. Chama-se "Campo". Frederico Lucas
Friday, June 27, 2008
Aviação: Flexibilidade, aumento de capacidade das pistas e terminais mais baratos são desafios de futuro
O especialista norte-americano em sistemas aeroportuários Richard de Neufville apontou hoje a flexibilidade dos aeroportos, o aumento da capacidade das pistas e a redução de custos como os principais desafios num sector cada vez mais marcado pela incerteza.
Numa conferência promovida pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, o professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT) afirmou ser possível diminuir os custos do sistema aeroportuário em 25 por cento em cada um destes factores.
"Os investimentos têm que ser pensados de forma flexível, antecipando eventuais cenários e com possibilidades de adaptação a várias possibilidades de futuro, que não sabemos como será. Temos que ser humildes e admitir vários cenários, com companhias `low cost`, sem companhias `low cost` ou com uma mistura das duas", sustentou Richard de Neufville.
Segundo salientou, o objectivo do ponto de vista da engenharia das infra-estruturas aeroportuárias deverá ser a melhor relação entre custo e benefício, e não a excelência técnica, o que significa que a tecnologia "não é um fim em si mesmo" e que as soluções encontradas têm que ser eficientes a nível de custos.
Num contexto de rápida e profunda mudança no sector, de Neufville destacou que a prática do século XX está "obsoleta" e que há uma nova "agenda de desenvolvimento" para o século XXI, com destaque para o crescente domínio das transportadoras `low cost` (de baixo custo) em termos de volume de tráfego, dimensão financeira e inovação.
Como principais "incertezas" no sector, o investigador apontou a evolução do volume de tráfego e onde esta ocorrerá.
Factores que, frisou, "não obedecem a uma tendência, mas dependem das decisões das companhias `low cost`, tendo em conta os destinos onde acreditam que farão melhor negócio e, eventualmente, condições especiais oferecidas pelos aeroportos".
"As companhias `low cost` não têm lealdade a nenhum país, entram e saem de acordo com condições que lhes são oferecidas, e o crescimento do tráfego aéreo pode mudar para determinados destinos devido a, por exemplo, questões ligadas ao turismo, tal como é afectado pelo desenvolvimento de aeroportos secundários", afirmou.
Face a este cenário de incerteza e mudança, Richard de Neufville aponta o `desenho flexível` como um dos principais desafios no desenvolvimento e investigação aeroportuários, "de forma a reduzir os riscos de construir infra-estruturas que não vão ser usadas".
A este nível, apontou várias possibilidades, desde o desenvolvimento faseado dos aeroportos (de preferência feito antecipando várias possibilidades e a capacidade de rápida expansão), aos `designs` híbridos e adaptados a mudanças mesmo que diárias.
Relativamente ao desafio de aumentar a capacidade das pistas, o investigador disse ser particularmente válido para a Europa, "onde a capacidade está cerca de 25 por cento abaixo do melhor `benchmark`".
"É preciso eliminar os `slots` tal como estão actualmente definidos, admitindo-lhes uma grande variabilidade consoante o estado do tempo e a melhoria da precisão dos sistemas de localização de aeronaves, por exemplo", disse.
"O `benchmark` internacional indica que são possíveis grandes melhorias a esse nível", acrescentou.
Finalmente, Richard de Neufville destaca o desafio de diminuir os custos dos terminais aeroportuários, abandonando os "luxos obsoletos" do século XX e fazendo antes corresponder as infra-estruturas ao tipo de utilizadores, construindo "terminais low cost para companhias low cost".
PD/Lusa
in RTP
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