Por enquanto, vai mantendo a sua actividade na Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros e na Casa da Misericórdia, mas o objectivo é o de viver apenas da apicultura. "O projecto é recente, mas o gosto vem de há muito. O meu avô e o meu pai eram apicultores, mas tiveram que deixar de ter abelhas por motivos pessoais. Em 2003, comecei a fazer da apicultura um 'hobby' e seis anos depois iniciei o meu projecto empresarial", conta.
O rosto por trás da Apidolce foi um dos vencedores da edição de 2010 do Prémio EDP Empreendedor Sustentável, cujo objectivo é o de criar um contexto favorável à criação de auto-emprego em regiões onde a ausência de mercado de trabalho é uma das principais preocupações.
António Afonso também viu o seu "Reino Maravilhoso" ser distinguido com o primeiro prémio, depois de vários anos ligados à docência e ao turismo. Recentemente, terminaram várias jornadas municipais de empreendedorismo, organizadas para lançar a segunda edição e, sobretudo, para provocar o encontro de instituições ligadas ao desenvolvimento ou gestão da região, com actuais e futuros empreendedores. No total, houve mais 500 participantes.
"Este prémio nasce da visão da EDP para a região onde estão a ser construídas barragens: se produzir energia a partir da água é bom para o país inteiro, então os primeiros portugueses a beneficiar com isso devem ser os que lá vivem", explica Sérgio Figueiredo, administrador-delegado da Fundação EDP. O ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa promoveu um inquérito sociológico às populações de Trás-os-Montes e Alto Douro, para identificar quais eram as suas prioridades. As respostas foram claras: o povo transmontano quer que o investimento que está a ser feito na região crie oportunidades de emprego. "E nós achamos que isso é crucial para fixar pessoas naquele território, que é provavelmente o maior drama com que o interior do país se confronta", acrescenta.
A EDP entendeu que poderia ir além do emprego, directo e indirecto, gerado pelas obras de construção e criou o "Programa Empreendedor Sustentável", uma de várias iniciativas em curso. Objectivo: que a região adquira competências e capacitação para o auto-emprego e lançamento de pequenos negócios. "Dadas as dificuldades da economia portuguesa, com taxas de desemprego elevadas, a capacitação e desenvolvimento de uma cultura para o empreendedorismo é absolutamente necessária", revela. Sérgio Figueiredo adianta que este programa desafia as pessoas a "pensar fora da caixa". "A EDP apoia gratuitamente empreendedores locais, através de serviços de consultoria e formação, elaboração de plano de negócios e apoio ao processo de financiamento."
Além desta iniciativa, a Fundação EDP desenvolveu outra, a "EDP Solidária Barragens", que visa apoiar a inclusão social e a melhoria das condições de vida dos mais carenciados. A Fundação conseguiu encontrar projectos empreendedores com uma vertente social associada, como o CSS - Comércio Solidário e Sustentável, de Marco Domingues, que venceu o primeiro prémio. Mas tudo isto não chega.
André Vaz gostaria que os municípios pudessem dar mais apoio técnico a quem quer criar o seu próprio negócio ou revitalizar o emprego. "As pessoas têm vontade e mercado, não têm é argumentos válidos para ir buscar o financiamento. Penso que isto resolveria o problema dos jovens no geral", afirma. Ao trabalhar na área social, o apicultor tem contacto com uma das actividades que a autarquia desenvolve, o "Empreendedorismo e Capacitação de Agentes".
O rosto por trás da Apidolce foi um dos vencedores da edição de 2010 do Prémio EDP Empreendedor Sustentável, cujo objectivo é o de criar um contexto favorável à criação de auto-emprego em regiões onde a ausência de mercado de trabalho é uma das principais preocupações.
António Afonso também viu o seu "Reino Maravilhoso" ser distinguido com o primeiro prémio, depois de vários anos ligados à docência e ao turismo. Recentemente, terminaram várias jornadas municipais de empreendedorismo, organizadas para lançar a segunda edição e, sobretudo, para provocar o encontro de instituições ligadas ao desenvolvimento ou gestão da região, com actuais e futuros empreendedores. No total, houve mais 500 participantes.
"Este prémio nasce da visão da EDP para a região onde estão a ser construídas barragens: se produzir energia a partir da água é bom para o país inteiro, então os primeiros portugueses a beneficiar com isso devem ser os que lá vivem", explica Sérgio Figueiredo, administrador-delegado da Fundação EDP. O ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa promoveu um inquérito sociológico às populações de Trás-os-Montes e Alto Douro, para identificar quais eram as suas prioridades. As respostas foram claras: o povo transmontano quer que o investimento que está a ser feito na região crie oportunidades de emprego. "E nós achamos que isso é crucial para fixar pessoas naquele território, que é provavelmente o maior drama com que o interior do país se confronta", acrescenta.
A EDP entendeu que poderia ir além do emprego, directo e indirecto, gerado pelas obras de construção e criou o "Programa Empreendedor Sustentável", uma de várias iniciativas em curso. Objectivo: que a região adquira competências e capacitação para o auto-emprego e lançamento de pequenos negócios. "Dadas as dificuldades da economia portuguesa, com taxas de desemprego elevadas, a capacitação e desenvolvimento de uma cultura para o empreendedorismo é absolutamente necessária", revela. Sérgio Figueiredo adianta que este programa desafia as pessoas a "pensar fora da caixa". "A EDP apoia gratuitamente empreendedores locais, através de serviços de consultoria e formação, elaboração de plano de negócios e apoio ao processo de financiamento."
Além desta iniciativa, a Fundação EDP desenvolveu outra, a "EDP Solidária Barragens", que visa apoiar a inclusão social e a melhoria das condições de vida dos mais carenciados. A Fundação conseguiu encontrar projectos empreendedores com uma vertente social associada, como o CSS - Comércio Solidário e Sustentável, de Marco Domingues, que venceu o primeiro prémio. Mas tudo isto não chega.
André Vaz gostaria que os municípios pudessem dar mais apoio técnico a quem quer criar o seu próprio negócio ou revitalizar o emprego. "As pessoas têm vontade e mercado, não têm é argumentos válidos para ir buscar o financiamento. Penso que isto resolveria o problema dos jovens no geral", afirma. Ao trabalhar na área social, o apicultor tem contacto com uma das actividades que a autarquia desenvolve, o "Empreendedorismo e Capacitação de Agentes".
"Vejo que há bastantes jovens a tentar criar o seu emprego e a fugir à falta de empregabilidade da região. Muitas vezes, este empreendedorismo é fora da área de formação, tal como me aconteceu a mim." O principal obstáculo é o financiamento, seja por falta de capitais próprios ou de abertura das instituições bancárias. "A vontade existe e a procura também." António Afonso concorda. O recém-empresário afirma que a região transmontana tem muita gente a querer empreender e que o Governo devia apostar no interior do país.
Cinco dicas para promover o negócio local
Cinco dicas para promover o negócio local
1. Constituição de "working labs" e espaços de "co-working"
Estes "laboratórios de trabalho" e espaços para a partilha de negócios devem estar centrados no município e envolver a autarquia, que é, invariavelmente, a maior entidade empregadora e o principal dínamo do mercado de trabalho local. Os espaços permitem integrar conhecimento e parcerias entre desempregados, freelancers, empresários, mentores e universitários. O objectivo é criar um sistema em rede, com condições para incubação de empreendedores e empresas.
2. Ligar pequenos negócios a grandes investimentos
A construção de um empreendimento hidroeléctrico ou de uma obra pública de grandes dimensões gera oportunidades favoráveis ao nascimento de pequenos negócios. Os empresários devem promover encontros com as PME das regiões onde vão construir novas obras, para reduzir a desvantagem de acesso à informação que existe face a grandes fornecedores nacionais. Este efeito de alavancagem pode ser produzido da mesma forma nos processos de internacionalização.
3. De "freelancer" a pequeno empresário
Existem várias profissões que devem ser expandidas com formação, capacitação e "marketing" social, como o agricultor, pedreiro, canalizador ou carpinteiro. Devem ser dinamizadas, porque fazem falta, sobretudo em regiões onde há uma grande migração de habitantes. Um pequeno empresário promove o emprego e combate o êxodo rural. Os empresários devem estimular contratação de horas, em vez de contratar a pessoa. Os Centros de Emprego devem avançar com experiências-piloto, semelhantes aos mecanismos de "mercado" praticados por empresas de trabalho temporário, que permita orientar um desempregado para um trabalhador por conta própria.
4. Atrair jovens casais
A emigração para as cidades junto ao litoral não pode ser a única saída possível para os jovens desempregados do interior. As autarquias devem facilitar a instalação de casais jovens nos seus concelhos, para que possam aproveitar oportunidades como o programa de Empreendedor Sustentável e o Movimento de Novos Povoadores, que já permitiu a instalação de dois jovens casais.
5. Desenvolvimento de uma ideia de "serviço cívico nacional voluntário"
Esta ideia deve constituir uma ferramenta que que permita combater o isolamento do desempregado, em serviços de apoio domiciliário, por exemplo, utilizando espaços, cozinhas ou lavandarias já existentes.
Estes "laboratórios de trabalho" e espaços para a partilha de negócios devem estar centrados no município e envolver a autarquia, que é, invariavelmente, a maior entidade empregadora e o principal dínamo do mercado de trabalho local. Os espaços permitem integrar conhecimento e parcerias entre desempregados, freelancers, empresários, mentores e universitários. O objectivo é criar um sistema em rede, com condições para incubação de empreendedores e empresas.
2. Ligar pequenos negócios a grandes investimentos
A construção de um empreendimento hidroeléctrico ou de uma obra pública de grandes dimensões gera oportunidades favoráveis ao nascimento de pequenos negócios. Os empresários devem promover encontros com as PME das regiões onde vão construir novas obras, para reduzir a desvantagem de acesso à informação que existe face a grandes fornecedores nacionais. Este efeito de alavancagem pode ser produzido da mesma forma nos processos de internacionalização.
3. De "freelancer" a pequeno empresário
Existem várias profissões que devem ser expandidas com formação, capacitação e "marketing" social, como o agricultor, pedreiro, canalizador ou carpinteiro. Devem ser dinamizadas, porque fazem falta, sobretudo em regiões onde há uma grande migração de habitantes. Um pequeno empresário promove o emprego e combate o êxodo rural. Os empresários devem estimular contratação de horas, em vez de contratar a pessoa. Os Centros de Emprego devem avançar com experiências-piloto, semelhantes aos mecanismos de "mercado" praticados por empresas de trabalho temporário, que permita orientar um desempregado para um trabalhador por conta própria.
4. Atrair jovens casais
A emigração para as cidades junto ao litoral não pode ser a única saída possível para os jovens desempregados do interior. As autarquias devem facilitar a instalação de casais jovens nos seus concelhos, para que possam aproveitar oportunidades como o programa de Empreendedor Sustentável e o Movimento de Novos Povoadores, que já permitiu a instalação de dois jovens casais.
5. Desenvolvimento de uma ideia de "serviço cívico nacional voluntário"
Esta ideia deve constituir uma ferramenta que que permita combater o isolamento do desempregado, em serviços de apoio domiciliário, por exemplo, utilizando espaços, cozinhas ou lavandarias já existentes.
in Negócios, Ana Pimentel