O próximo ciclo autárquico será determinante para o futuro dos territórios rurais em Portugal.
Numa altura em que o país conta com cerca de um milhão de imóveis em ruínas, urge adotar estratégias que conciliem a preservação do património com a dinamização económica local: o turismo rural é uma dessas estratégias, provavelmente a mais eficaz.
Atualmente, apenas 15% das reservas turísticas em Portugal acontecem em territórios rurais. Em Itália, esse valor já atinge os 24%, refletindo uma tendência clara de valorização do turismo de natureza, autenticidade e envolvimento com as comunidades locais. Portugal tem todas as condições para seguir este caminho, com resultados ainda mais expressivos.
O turismo pode ser a alavanca que as aldeias precisam:
- Recuperar imóveis abandonados, com base em modelos sustentáveis de reabilitação e financiamento;
- Revitalizar aldeias, trazendo novos fluxos de visitantes e novos residentes;
- Reanimar o comércio local e os serviços de proximidade, através de turistas que procuram experiências genuínas e desejam interagir com quem os acolhe.
Não se trata apenas de criar camas, mas de criar vida. Uma estratégia autárquica que integre o turismo como eixo de desenvolvimento sustentável pode garantir rendimento a quem investe e a quem lá vive, preservar identidade e fixar pessoas onde escasseiam.
É tempo de agir com visão e responsabilidade.